Há um clamor geral pelo impeachment

  • Por Jovem Pan
  • 28/05/2015 19h45
BRASÍLIA,DF,15.03.2015:PROTESTO-IMPEACHMENT-DILMA - Protesto não vamos desistir do Brasil contra o PT e pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, organizado pelo Movimento Brasil Livre e Revoltados, no Congresso Nacional e no Museu Nacional, em Brasília, DF, neste domingo (15). (Foto: Charles Sholl/Futura Press/Folhapress) folhapress Protesto não vamos desistir do Brasil contra o PT e pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff no Congresso Nacional e no Museu Nacional

Pergunta: Em que é que vai dar a iniciativa da oposição de protocolar, na controladoria geral da república, uma representação pedindo abertura de ação criminal contra a presidente Dilma Rousseff, por causa das “pedaladas fiscais”, essa prática de atrasar repasse a bancos públicos para pagar benefícios sociais e, assim, melhorar o balanço das contas?

Resposta: Bem, eu sei que há um clamor geral pelo impeachment; muita gente que se manifesta na rua fica pensando que a oposição é covarde por que não encampa o impeachment.

Eu já passei por um, o de Collor, sei como é isso e acho que não precisa ter essa pressa, até por que a oposição ainda não tem a nos apresentar um plano alternativo de poder. Então, é preciso, nessas coisas, lidar com o mínimo de racionalidade. Eu acho que lidar com racionalidade é fazer o que foi feito agora.

A oposição se baseou num parecer do jurista tucano, Miguel Reali Jr., que foi Ministro da Justiça do Fernando Henrique; que é filho do grande gênio da filosofia do direito no Brasil, Miguel Reali, e que foi um dos autores da representação pro impeachment de Collor.

Baseado neste parecer dele e em avaliações do TCU, o grupo citou crimes cometidos por Dilma contra as finanças públicas e de falsidade ideológica. O pedido dessa ação foi a opção que o PSDB encontrou ao fato de ter abandonado a tese de impeachment.

Aécio Neves, que foi derrotado no segundo turno da eleição presidencial do ano passado, acha que não há ambiente político para insistir no impedimento de Dilma. Nós temos acompanhado, realmente, o caso, por exemplo, das vitórias recentes que as suas medidas de ajuste fiscal tiveram na Câmara e depois no Senado mostra, claramente, que essa onda de achar que ela está muito fragilizada, que entregou a política ao Michel Temer e a economia ao Joaquim Levy…

Isso não se baseia em fatos muito concretos não. O poder da Dilma continua concreto, principalmente o poder de esconder coisas e mal feitos, né? Que ela tem usado, como, por exemplo, quando tentou garantir o sigilo das operações do BNDES.

Eu acho que é muito prudente fazer o que a oposição fez; eu apoio e acho que isso tudo faz parte do estado democrático de direito, mas continuo esperando que a oposição apresente um projeto de poder alternativo para substituição do governo, que está fragilizado. Ou melhor, o desgoverno Dilma.

 

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