Lista dos crimes hediondos é a lista que atende aos clamores da opinião pública

  • Por Jovem Pan
  • 05/03/2015 19h38
Caminhoneiros em greve fecham 24 rodovias federais no país. As imagens são da cidade de Betim (MG). Veja matéria completa em http://bit.ly/1ENhgex EFE Caminhoneiros fecham estradas em MG

Pergunta: O que tem a ver a lei dos caminhoneiros com a lei do feminicídio?

Resposta: Na segunda feira, a presidente Dilma Rousseff, sancionou uma lei que libera algumas coisas para os caminhoneiros. Eles podem transportar cargas mais pesadas; podem descansar menos do que era previsto na lei de 2012.

Isso tudo foi feito para tirar os caminhoneiros da estrada. Parece que deu efeito. Agora, vamos passar o resto da vida legislando na base da pressão? Qualquer pessoa que pressione o governo, o governo manda correndo a sua base aliada, fiel ou infiel, votar?

Nesse caso votam que é uma beleza. Por uma demagogia para atender um grupo. Agora, o caso mais absurdo é o caso da aprovação, pela Câmara, de uma pena mais rígida para um assassino de uma mulher. O que torna o assassinato de mulher, crime hediondo. Aí, é consequência do excesso de ministros do governo Dilma.

A Dilma tem 39 ministros e um deles é uma ministra que chefia uma secretaria de política para mulheres, Eleonora Menicucci. E essa senhora estava na sessão da Câmara dos Deputados, que aprovou, na terça-feira, o projeto que define “feminicídio”, como se houvesse a diferença de gênero numa vítima de assassinato.

É claro que, um assassino tem que ser punido pela morte de um homem ou de uma mulher. Não existe seleção de gênero, qualificação de gênero. Agora, acontece que esse feminicídio é uma circunstância qualificadora de homicídio. Então, o assassinato de uma mulher por condição de sexo, se você souber, por favor, cartas para a redação para me explicar o que é um assassinato por condição de sexo, passou a entrar na lista dos crimes hediondos.

A lista dos crimes hediondos é a lista que atende a todos os gostos dos clamores da opinião pública. A mulher, que eu não sei por que se diz que é minoria, por que é maioria, passou a entrar, também, nessa demagogia. Eu acho que tudo isso, de certa forma, deforma a atividade legislativa, por transformá-la numa espécie de repercussão absurda de tudo o que parecer legitima e politicamente correto. Não é. É uma descriminação de gênero intolerável e eu não sei por que não aparece nenhum homem para reclamar disso, nem mesmo uma mulher.

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