O agronegócio não decide uma eleição

  • Por Jovem Pan
  • 21/08/2014 15h31

Nêumanne, o agronegócio sai ganhando ou sai perdendo com a inclusão do deputado e ex-candidato a senador, pelo PSB do Rio Grande do Sul, Beto Albuquerque na chapa agora liderada por Marina Silva?

Pesam mais do que os fatos verdadeiros, os fatos importantes. Agora só se fala em agronegócio. O agronegócio é a galinha dos ovos de ouro do Brasil. É um absurdo combater o agronegócio, na minha opinião. Agora, o agronegócio não decide uma eleição, o agronegócio não pode presidir os interesses de uma chapa, o agronegócio não pode se tornar o cavalo de batalha de uma campanha política pra eleição à presidente.

Beto Albuquerque foi a escolha do Partido Socialista, que tinha esse privilégio, digamos assim, para o lugar que era da Marina e que a Marina foi obrigada a deixar para suceder Eduardo Campos na disputa pela presidência.

Eu não conheço Beto Albuquerque, mas vejo nos jornais que ele tem ligação com o agronegócio. E daí que ele tem ligação com o agronegócio? E daí? Ele podia ter ligação com a indústria farmacêutica… Não tem nada a ver com a disputa política.

Se Beto Albuquerque tem substância, digamos, para amainar os problemas de Marina ou para alavancar as preferências do eleitor por ela, este é um problema do Partido Socialista Brasileiro – não é meu, não é seu, não é desses críticos que ficam se pegando em pelos em ovo.

A verdade é que ele é um político importante dentro do partido e se o partido o escolheu deve ter lá os seus motivos, assim como teve Dilma, que fica com o PMDB de Michel Temer, assim como teve Aécio ao escolher o senador paulista Aloysio Nunes Ferreira, do seu próprio partido.

O que é importante agora é que as coisas tomem o seu lugar, que a Marina entre na disputa real pela presidência da República num patamar bastante confortável de votos, de 21% na primeira pesquisa, mas que ela precisa confirmar com o pouco tempo que ela tem no programa gratuito e também com o conhecimento que o eleitor vai tendo do Aécio. Porque, na verdade, Dilma e Marina tem sobre o Aécio a vantagem que são candidatas conhecidas, que já vêm da eleição passada. Não é o caso do Aécio que é conhecido em Minas, mas não é no resto do Brasil.

A eleição ainda está sendo disputada. Não há nenhuma, digamos, certeza do que as pesquisas podem dizer quanto à votação – se vai ter segundo turno, se não vai; quem vai pro segundo turno, quem não vai. Agora é esperar pra ver o que acontece. O Partido Socialista Brasileiro pôs as cartas. A cartas estão na mesa, então, comecemos o jogo.

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