Petrobras é “uma caixinha de surpresas”

  • Por Jovem Pan
  • 21/05/2015 21h36
RIO DE JANEIRO,RJ,06/09/2014-PETROBRAS/SEDE/CENTRO DO RIO - Prédio da Petrobras no centro do Rio de Janeiro.(Foto: Marcelo Fonseca/Folhapress). Marcelo Fonseca/Folhapress Fachada Petrobras

Pergunta: Você não disse, aqui, que nada haveria de surpreendente nas gravações que a Petrobras entregou a CPI? Parece que você se enganou, hen?

Resposta: Eu cada vez estou mais convencido de que a Petrobras é aquilo que os locutores da minha adolescência chamavam de “uma caixinha de surpresas”, se referindo ao futebol. Cada hora aparece uma coisa e cada hora uma coisa mais surpreendente.

Veja bem, quando a Petrobras se propôs a entregar os áudios e vídeos das reuniões de seu conselho de administração à CPI, convocada para devassar os mal feitos, segundo a Dilma, na empresa, eu disse aqui: “olha, meu amigo da Pan, isso é conversa mole… só deve ter conversa mole.”.

Mas aí, de repente o Jornal O Estado de S. Paulo, através de Fabrini, descobre que, em um desses áudios, tem uma discussão muito áspera entre a então presidente Graça Foster e a presidente da Caixa, Miriam Belchior, a respeito de Pasadena.

E é uma verdadeira confissão dupla, basta prestar atenção. Por que a Belchior cobra da Graça Foster, em discussão sobre se devia ou não divulgar o prejuízo total dado pelo roubo na companhia, que os métodos da nova administração pareciam muito com os anteriores, e se referiam especialmente à compra de Pasadena, da refinaria.

E aí a Graça Foster ficou brava e disse: “não nos confunda com a administração anterior. Não tem nada a ver com Pasadena”. A Miriam Belchior também não ficou de bons amigos com ela, a discussão prosperou, isso foi em janeiro, em fevereiro a Graça Foster pediu demissão da presidência da Petrobras, irrevogável e saiu.

E foi substituída por Ademir Bendini. Primeiro, Graça Foster era diretora de gás na Petrobras, na gestão que chama de precária, do seu antecessor, Sérgio Gabrielli, ou seja, ela também é responsável pela compra de Pasadena.

Essa compra aconteceu no governo Lula, de quem Miriam Belchior era ministra do planejamento, e foi ligada à ele desde os tempos de Celso Daniel, de quem é viúva. Ou seja, meu amigo, todo mundo tem culpa neste cartório.

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