Não podemos mais conviver com os “pequenos” delitos

  • Por Jovem Pan
  • 10/05/2016 12h34
São Paulo - Ato contra o impeachment ao lado da Praça da Bandeira (Rovena Rosa/Agência Brasil) Rovena Rosa/Agência Brasil Manifestantes com cartazes Fora Cunha fazem ato contra o impeachment ao lado da Praça da Bandeira

Está mais que evidente que o Brasil está chegando na sua grande encruzilhada: o momento trágico de você destituir um presidente do poder, mas uma ameaça de uma convulsão social.

Isso começa na invasão de propriedades e na paralisação do trânsito e na interrupção de estradas e avenidas para criar dificuldade, chamar a atenção.

Isso é crime previsto no Código Penal Brasileiro, que é uma lei velha. Há um capítulo inteiro que protege os meios de transporte.

O artigo 262 pune:

Expor a perigo outro meio de transporte público, impedir-lhe ou dificultar-lhe o funcionamento:
Pena – detenção, de um a dois anos.
§ 1º – Se do fato resulta desastre, a pena é de reclusão, de dois a cinco anos.

Não adianta mudar por mudar. O Brasil está cansado da insegurança, da violência, de invasões.

Ninguém mais que um jornalista dá mais importância à manifestação do pensamento, ao protesto, à liberdade de se exprimir que está prevista na Constituição da República.

Gente teve que deixar o ônibus ou o carro e ir a pé com a mala nas costas para chegar ao aeroporto. Ou queimando pneus na Av. 23 de Maio, travando a cidade no sentido norte-sul.

Não dá mais para conviver com esses chamados pequenos delitos que perturbam a vida do cidadão brasileiro.

A gente não pode condescender com pequenas coisas. O princípio é a ordem.

O poeta brasileiro Eduardo Alves da Costa escreveu:

Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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