Sociedade espera certeza para encerrar período vergonhoso da história

  • Por Jovem Pan
  • 11/11/2016 14h07
Lula em ato no Rio de Janeiro EFE/ANTONIO LACERDA Imagens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - EFE

A revista Istoé antecipa em sua edição deste fim de semana trecho da delação de Marcelo Odebrecht à Lava Jato. Segundo a revista, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria recebido dinheiro vivo de propina, de acordo com o empreiteiro.

O montante entregue em espécie não foi divulgado, mas faria parte dos R$ 8 milhões reservados pelo setor de Operações Estruturadas (o “departamento da propina” da Odebrecht) ao ex-mandatário. O maior fluxo de repasses teria ocorrido entre 2012 e 2013, quando o petista já havia deixado o Planalto.

Mas ainda fica a pergunta: cadê o dinheiro? Não basta a delação premiada, “A” dizer isso contra “B”. O réu vai negar. O processo-crime é muito mais do que isso e a expectativa é essa. Que a prova venha para que a sociedade brasileira tenha a exata noção do que aconteceu.

O processo-crime tem que ter a certeza. A dúvida continua favorecendo o acusado.

Nicola Framarino dei Malatesta diz em “A Lógica das Provas em Matéria Criminal”: “O processo criminal é o que há de mais sério no mundo. Tudo nele deve ser claro como a luz, certo como a evidência, positivo como qualquer grandeza algébrica; nada de suposto, nada de anfibiológico, nada de ampliável”

Cesare Beccaria diz que os homens “deveriam tremer quando decidem da vida e fortuna dos seus concidadãos”.

A sociedade espera que haja essa certeza para que possamos encerrar de vez esse período mais negro e vergonhoso da história de nossa República.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.