Manter Renan Calheiros desmoraliza o Supremo e humilha o povo brasileiro

  • Por Jovem Pan
  • 08/12/2016 08h00
Rosinei Coutinho/SCO/STF Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) em julgamento de liminar contra Renan Calheiros na presidência do Senado - STF

Após decisão do Supremo Tribunal Federal manter Renan Calheiros, Congressistas já planejam PEC para blindar os presidentes do Legislativo.

O objetivo é estender benefício dado ao chefe do Executivo, que não pode ser responsabilizado por acusações sem relação com o mandato.

Marco Antonio Villa comenta: fiquei estarrecido com o que eu assisti ontem na sessão do STF. O voto do ministro Marco Aurélio mostra como foi humilhado o oficial de justiça, que viu Renan se despedindo de Rodrigo Maia, mas disseram que ele não estava. Ele não foi recebido e deram-lhe um chá de cadeira. E o plenário do Supremo ficou calado. Houve o descumprimento de uma decisão judicial e o Supremo fechou os olhos.

Marco Aurélio foi atacado violentamente por um outro ministro. E a lei orgânica da magistratura, existe? Ou ela foi rasgada por Gilmar Mendes, que chamou seu colega de “doido” e “inimputável”?

Ou seja, o STF não deliberou nada sobre o desacato à decisão judicial e ao Tribunal de Justiça e a fala do ministro Gilmar Mendes.

Foi um cambalacho. O que valeu para Eduardo Cunha não serve para Renan Calheiros. O ministro Marco Aurélio falou em tempos estranhos. Eu chamo de tempos hipócritas.

Se Renan Calheiros não pode ser presidente da República pois não tem os requisitos necessários, como ele pode presidir outro poder, o Congresso Nacional?

Houve um acordão e o acordão foi uma vergonha. Foi um deboche.

Quem vota primeiro é o mais novo e, por último, o mais velho, segundo o regimento do STF. Até a entrada no plenário segue ordem de antiguidade.

Porém, o ministro Celso de Mello inverteu a ordem e pediu para votar primeiro. A ministra Cármen Lúcia deveria ter colocado para plenário a votação se poderia inverter. Não o fez.

Foi uma desmoralização do Supremo Tribunal Federal. Muito mais que uma “meia-sola” constitucional, foi um ato vergonhoso, vil, patético.

O argumento de que a saída de Renan colocaria em risco a votação da PEC é uma falácia. Entre os líderes, na mesa diretora e no plenário, há uma ampla maioria governamental.

Eu fico com a expressão desobediência premiada. O Supremo rasgou a Constituição. Foi uma sessão humilhante para o povo brasileiro.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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