As manifestações do MTST não foram em vão

As manifestações de MTST que congestionam a maior cidade do país não foram em vão. Os movimentos de luta pela moradia que têm se destacado pela violência nos processos de reintegração de posse vão ser recompensados; eles ganharam o direito de furar a fila de quem espera pacientemente no cadastro do Minha Casa, minha Vida.

É… a prefeitura vai entregar 20% do programa habitacional previsto por Haddad, aos movimentos de sem-tetos. Eles participaram da campanha do prefeito, depois fizeram barulho em frente à Câmara para mudar o rumo do Plano Diretor e agora ganharam a regalia como bom militantes de ter o sonho da casa própria realizado antes de quem está cadastrado. Atualmente 1 milhão de pessoas. Fica claro que o movimento de invasões em grandes áreas de São Paulo tinha objetivos claramente políticos: conquistar moradia na marra. Pra quê cadastro? Pra quê burocracia e disciplina, não é?

Como já comentamos no programa “Os Pingos nos Is”, e aqui no Jornal da Manhã, invasores são arregimentados e ganham pontos de acordo com seu engajamento na luta pela moradia. Quem fica só cuidando do acampamento e não sai manifestar nas ruas náo é bem avaliado, praticamente não pontua. Já quem participa ativamente das manifestações ganha repetidamente 5 pontos, e o benefício de passar na frente, na fila do programa habitacional, Minha Casa Minha Vida.

Com a decisão da prefeitura de dar nas mãos do movimento a responsabilidade de construir 11 mil unidades e indicar quem recebe as chaves das casas, o líder Guilherme Boulos promete ainda mais: Agora que os terrenos sendo doados às entidades sociais e a administração da obra também, as casas serão maiores – com o dobro do tamanho – porque elimina-se o lucro das construtoras. Moral da história: pressionar o prefeito funciona. Invadir terrenos também.

É legítimo você sonhar em ter seu próprio cafofo. Casa própria, aliás, todo mundo quer. Alguns trabalham para conseguí-la, outros lutam, fazendo baderna.