Entrevista de Dilma ao “La Jornada” é um desrespeito

BRASÍLIA, DF, 22.12.2014: DILMA-DF - A presidente Dilma Rousseff participa do tradicional café da manhã com jornalistas credenciados no Palácio do Planalto, onde falou sobre a Petrobras, novos ministros e a crise mundial. (Foto: Sérgio Lima/Folhapress) Dilma Rousseff em café da manhã com jornalistas

Pergunta: Os mexicanos terão boa visão da política brasileira depois de lerem o jornal “La Jornada”, que entrevistou Dilma Rousseff com exclusividade?

Resposta: Os jornais brasileiros publicaram resumos bastante simples e até simpáticos da desastrada entrevista exclusiva que a Presidente da República, Dilma Rousseff, deu ao jornal mexicano “La Jornada”. Mas nem a Dilma, nem seus assessores mais próximos, têm a menor pena, piedade, com o que a presidente fala, em matéria de bobagem.

O portal do planalto distribuiu a íntegra da entrevista. Primeiro, eu não aconselho que você vá ler, por que é simplesmente ilegível. Ela chega a dizer que o Brasil virou as costas para a América Latina, e a prova disso é que ninguém conhece a civilização… que ela não sabe definir ninguém… e o jornalista diz que é a maia. Você imagina.

Com tanto brasileiro indo pra Cancun, se o Brasil está de costas para a civilização Maia. Mas ela cometeu crimes piores contra nós. Por exemplo: ela disse – e aí os jornais brasileiros reproduziram – que a Petrobras tem 90 mil funcionários, mas só 4 roubaram, e esses serão punidos, se realmente roubaram.

É de chorar, né? A pessoa não ter a menor noção, o menor senso de ridículo, a menor piedade com o povo que tá sendo roubado por esses ladrões, canalhas. E vem dizer que a Petrobras é como a seleção brasileira? Que a seleção brasileira é a pátria de chuteiras? Ela não aprende que é “a pátria em chuteiras”, por que a língua portuguesa é uma coisa muito complicada pra ela, e o Nelson Rodrigues escreveu “pátria em chuteiras”, mas seus marqueteiros também não sabem disso… E a Petrobras é a pátria com as mãos sujas de graxa.

Ela não percebeu que a Petrobras, hoje, é a pátria com as mãos sujas de lama, ou de coisa pior, mas é a lama da corrupção, é a lama da impunidade, é a lama desses canalhas, petroleiros e políticos ladrões, que roubaram e, apesar de alguns terem sidos pegos e alguns até presos, os verdadeiros chefes, os mandões, ainda, nem sequer, foram processados… Ela tem o cinismo de dizer isso para um jornal do outro país. É o fim da picada.

É um desrespeito a cada um de nós. É uma forma de dizer ao mundo que nós temos uma presidente que, sequer, conhece a notoriedade que a cultura maia tem no mundo. Eu lamento muito comentar isso, mas é o jeito.