José Genoino está livre para voar

  • Por Jovem Pan
  • 05/03/2015 11h31

Genoino é flagrado em casa de parentes onde cumpre prisão provisória. Multa que deve à justiça foi aumentada de 468 para R$ 667 Pedro Ladeira/Folhapress José Genoino aparece em casa onde cumpre prisão domiciliar

Em pleno mês de março, Papai Noel bateu à porta de José Genoíno, que, aliás, não foi um bom menino… O ex-deputado condenado no Mensalão foi beneficiado pelo “indulto de Natal”. Em dezembro, Mãe Dilma assinou um decreto para conceder perdão a presos do regime semi-aberto. Calhou do mensaleiro petista preencher todos os requisitos do benefício: tanto de comportamento, quanto de tempo. Mas, como assim? A passagem de Genoíno pela Papuda foi meteórica! Passou mais tempo em casa e no hospital que dentro do presídio.

Acontece que o detento estrelado trocou dias de estudo ou trabalho por dias a menos na prisão.

Condenado a quatro anos e oito meses de prisão por corrupção ativa, agora, com o perdão da companheira Dilma, chancelado pelo Supremo, Genoíno está livre para circular pela sociedade como um cidadão de bem.

O corrupto que tentou se passar por herói injustiçado, perseguido político e mártir da nação não terá que se recolher em casa à noite, se abster de frequentar bares, nem precisará ter ocupação lícita. Além disso, poderá voltar à vida política em apenas oito anos.

O mensaleiro não terá que cumprir os três anos e quatro meses da pena que ainda lhe restavam. Está livre para voar. Eu disse voar, não furtar! O indulto de Natal faz de Genoíno um cidadão sem nada a dever – a não ser à sua própria consciência, se é que ele tem uma.

Apesar da mácula de mensaleiro corrupto, que certamente o acompanhará até o fim de seus dias, o ex-deputado poderá andar de cabeça erguida como se tivesse cumprido toda pena imposta na sentença.

Aliás, a pena do juiz quase nunca é igual à pena na cadeia.
Dependendo do advogado que assiste o preso, benesses, progressões e privilégios acabam abreviando o castigo do apenado. E quando se trata de preso ilustre, então…

Bem, é como dizem: decisão judicial não se discute. Cumpre-se. A nós, cidadãos de bem, resta a engolir a seco a sensação de impunidade, a mesma impunidade que acaba servindo de exemplo aos próximos profanadores da República e aos futuros larápios da nação.

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