Resultado da aproximação entre Cuba e EUA é imprevisível

  • Por Jovem Pan
  • 18/12/2014 09h11

A reaproximação entre Estados Unidos e Cuba é um fato importante na diplomacia internacional, um capítulo interessante na história da América.

Mas vamos com calma e esperar para ver o que acontecerá depois desse aperto de mãos.

A decisão de restaurar o diálogo, obviamente, traz mais vantagens à ilha dos irmãos Castro.

Isolada e atrasada, não por culpa do embargo econômico, como muitos costumam apregoar, mas, graças ao próprio regime ineficiente, retrógrado e antidemocrático implantado no país em 59, Cuba tem dependido dos favores de outras nações desde sempre.

Depois de sair debaixo das asas da América do Norte, viveu, até 1989, às sombras da extinta União Soviética, que subsidiava a ilha em até US$ 6 bilhões por ano.

Com o fracasso do regime comunista no leste europeu, Cuba passou a ser financiada pelos petrodolares da Venezuela do populista Hugo Chávez, que sonhava em transformar a América Latina num imenso bloco bolivariano, anti-imperialista, inspirado nos moldes cubanos.

Com a crise econômica na Venezuela, a “Ilha da Fantasia” não tem mais em quem se encostar.

Os Estados Unidos não precisam de Cuba, mas Cuba precisa desesperadamente da abertura econômica que a América poderá lhe proporcionar.

O resultado desse começo de aproximação é imprevisível. Dissidentes cubanos como a jornalista Yoani Sanchez e Guillermo Fariñas – ganhador do Prêmio Sakharov para Liberdade de Pensamento criticaram a reaproximação e possível fim do bloqueio econômico a Cuba.

É possível que, com o fim dos embargos à ilha, os irmãos Castro finalmente percebam que o comunismo de fato morreu, admitam o erro que foi sua sangrenta revolução, e assim, resolvam migrar para um regime capitalista e democrático, com a volta da propriedade privada, a liberdade de expressão, o direito ao voto, a liberdade de ir e vir….

Mas, também é provável que a tirania Castro seja resiliente. Que o país promova uma abertura econômica, mas deixe de lado as reformas políticas que poderiam transformar trevas em luz, ditadura em democracia.

O fim do embargo econômico a Cuba só fará sentido se acabar com a tirania cinquentenária dos irmãos Castro, uma das mais sangrentas e injustas do mundo. Só assim, o povo cubano será realmente livre.

 

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