A atriz mambembe da Câmara dos Deputados

  • Por Reinaldo Azevedo/Jovem Pan
  • 08/05/2015 13h29
BRASÍLIA, DF, 06.05.2015: GOVERNO-CONGRESSO - Discussão entre os deputados Roberto Freire (PPS-SP), Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Orlando Silva (PcdoB-SP) - Sessão no plenário da Câmara dos Deputados, sob o comando de seu presidente, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para votação da medida provisória. MP 665, que tem como ponto central o endurecimento das regras para a concessão do seguro-desemprego, em Brasília (DF), nesta quarta-feira (6). (Foto: Lula Marques/Frame/Folhapress) Lula Marques/Frame/Folhapress 06.05.15 Momento em que o deputado Roberto Freire (PPS-SP) segura o braço de Jandira Feghali (PCdoB-RJ) durante disputa pelo microfone na Câmara

Reinaldo, quem é a atriz mambembe da Câmara dos Deputados?

É a deputada Jandida Feghali (PCdoB-RJ). Assisti nesta quarta, na Câmara, a um dos espetáculos mais asquerosos dos últimos tempos. A protagonista foi ela! Seu pensamento é detestável. Sua argumentação é pilantra. Seu feminismo é burro e obscurantista. E até Dilma Rousseff, que hoje tenta pegar carona em tudo o que é rebarba nas redes sociais, resolveu entrar no debate. A principal vítima da baixaria foi o deputado Roberto Freire (PPS-SP), um homem decente e correto, de 73 anos.

Tudo começou quando o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), 43 anos distribuídos numa massa relativamente corpulenta, resolveu ter um faniquito porque as galerias haviam jogado no plenário uma chuva de “PTrodólares”, notas que imitavam a moeda americana, com as efígies de Dilma, Lula e João Vaccari Neto.

Freire se aproximou do microfone que fica no plenário para contraditar Silva. Um senhor de 73 anos tocou os ombros do jovem de 43 não para agredi-lo, mas para chamar a sua atenção. Pode não ter sido o melhor meio, mas terá sido aquilo agressão? Foi o que bastou para que Jandira, metida a Mulher Comunista Maravilha, se pusesse entre os dois. Ora vejam! Mãe Jandira, 57, queria proteger um correligionário de 43 da suposta agressão de um senhor de 73! É ridículo!

Ali no empurra-empurra, o deputado do PPS teria tocado ou, sei lá, puxado o braço de Jandira, que começou a gritar feito uma doida, afirmando que estava sendo agredida por um homem. O nome disso é assédio moral, é falsa comunicação de um crime, é oportunismo político. Eu assistia a tudo enojado, quase vomitando.

O deputado Alberto Fraga (DEM-DF) foi ao microfone em defesa de Freire. Afirmou que estava ao lado, que assistiu a tudo e que o deputado do PPS não havia agredido ninguém. E disparou a seguinte frase: “Quem bate como homem tem que apanhar como homem”.

Ah, aí Jandira viu o pretexto ideal para a sua pantomima. Como soava um pouco ridículo se dizer agredida por Freire, a deputada e outros esquerdistas mixurucas viram em Fraga a vítima ideal. Afinal, como não cansam de lembrar meus coleguinhas de esquerda na imprensa, ele é “coronel da reserva da PM do DF” e membro de uma tal “bancada da bala”, inventada por jornalistas “progressistas”.

É evidente que ao empregar o verbo “bater”, o deputado não estava se referindo à porrada, mas ao embate natural num Parlamento. Num Parlamento, não existem homens, mulheres, brancos, negros, gays, héteros… Num Parlamento, existem representantes do povo.

Ah, mas aí começou a gritaria, como se Fraga estivesse advogando que se batesse em mulher. Jandira Feghali foi à tribuna. Cascateou à vontade, afirmando que quem lutou no Araguaia não teme machismo. Que nojo! Os primeiros guerrilheiros começaram a chegar à região em 1967, quando ela tinha 10 anos. Quando a coisa acabou, estava com 17. Não lutou no Araguaia. “Ah, Reinaldo, ela se referia ao PCdoB…” Entendi! Agora existe a “guerrilha herdada”. Vão se catar!

Tenham mais respeito, os dois, por Roberto Freire. Se não têm a grandeza de reconhecer a sua coragem e a sua retidão, tenham ao menos o decoro de não se dizer ameaçados por um homem de 73 anos, que nunca agrediu ninguém.

Freire foi comunista quando isso podia render tortura e morte. Jandira e Orlando são comunistas quando isso rende cargo e poder.

Jandira diz que vai denunciar Fraga no Conselho de Ética. Não o conheço. Nunca falei com ele. Mas sei que a frase “Quem bate como homem apanha como homem” não significa estímulo ao espancamento de mulheres. Quer dizer apenas que, ao escolher determinadas formas de luta, as pessoas escolhem também a forma do contra-ataque. Só isso.

É o mesmo que dizer:
“Quem bate como mulher apanha como mulher”;
“Quem bate como gay apanha como gay”;
“Quem bate como corintiano apanha como corintiano”;
“Quem bate como vegetariano apanha como vegetariano”;
“Quem bate como idiota apanha como idiota”.

E vai por aí.

Eu só não reconheço a validade da frase “Quem bate como Jandira apanha como Jandira”. Sabem por quê? Porque espero que seus adversários não adotem, na resposta, a baixeza a que ela recorreu no ataque.

Ela e Orlando Silva devem desculpas a Freire! E setores da imprensa devem a Fraga a leitura do que ele disse, não do que ele não disse.

Ah, sim, quase me esqueço. No Twitter, algum estafeta de Dilma escreveu: “A política fica menor – com p minúsculo – quando é praticada com base no sexismo e no machismo. Minha solidariedade à deputada Jandira Feghali, ameaçada no plenário da Câmara, na noite de quarta-feira, por expor suas ideias”. Que impostura!

Cuidado, presidente! Quem bate como Dilma apanha como Dilma. Fosse eu Fraga, cobraria da petista um esclarecimento. Quem fez a ameaça? Mesmo quando se é chefe do Executivo, a calúnia e a difamação não parecem ser boas escolhas.

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