Campanha negativa não funciona e Alckmin continua liderando em São Paulo

  • Por Jovem Pan
  • 15/08/2014 09h32

Reinaldo, quer dizer que o racionamento de água, que não existe em São Paulo, continua a não render votos?

Nada se mexeu na pesquisa Datafolha para o governo do Estado, publicada pela Folha nesta sexta. Se a eleição fosse hoje, o governador Geraldo Alckmin, do PSDB, seria reeleito no primeiro turno com 55% dos votos. Em relação à pesquisa anterior do instituto, divulgada no dia 17 de julho, o tucano oscilou um ponto percentual para cima: tinha 54%. Paulo Skaf, do PMDB, aparece com os mesmos 16%, e o petista Alexandre Padilha marca 5% ― aparecia com 4% na anterior. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa está registrada no TSE sob o número 16/2014.

Alckmin é ainda o menos rejeitado: só 19% dizem que não votariam nele de jeito nenhum. Falam o mesmo de Skaf 20% dos entrevistados. A rejeição ao petista chega a 28%.

Até a avaliação do governo melhorou, ainda que na margem de erro: há um mês, consideravam a gestão ótima ou boa 46% dos entrevistados ― agora, são 47%. O regular oscilou de 37% para 36%. O ruim/péssimo se mantém em magros 14%. Outra boa notícia para Alckmin: na votação espontânea, quando não são apresentados os nomes de candidatos, ele passou de 15% para 20%. Embora o governador vencesse a eleição com folga no primeiro turno, o Datafolha testou um cenário de segundo turno com Skaf: o tucano venceria o peemedebista por 63% a 26%.

E olhem que campanha negativa contra Alckmin não faltou. Há um mês, apontei aqui que a insistência em afirmar que existe racionamento de água em São Paulo ― quando, de fato, não existe ― parecia uma tática meio besta. Mas seus adversários insistiram nesse ponto, o que é um pouco espantoso. Afinal, basta o paulista abrir a torneira, e a água escorre. Segundo levantamento da Folha, o racionamento atinge hoje 5% da população do Estado, mas em áreas não servidas pela Sabesp. Ele existe, por exemplo, em Guarulhos, cidade administrada pelo PT desde 2001 e que tem seu próprio sistema de água.

Também afirmei que insistir em jogar a crise hídrica nas costas do governador, como fazem Skaf e Padilha, poderia ser contraproducente. Afinal, isso contraria um dado da experiência. As pessoas sabem que não está chovendo ― razão por que existe também uma crise na área energética. Há, sim, muito menos água nos reservatórios do que seria prudente. Mas há nas casas. Como há menos energia disponível nas usinas do que seria prudente. Mas não estamos às escuras ainda.

A pesquisa Datafolha foi finalizada na quarta-feira. Órgãos federais já havia deflagrado a “guerra da água” contra o governador de São Paulo. Os indicadores não se mexeram nem assim.

Parece que os adversários do PSDB terão de voltar à prancheta e mudar a sua pregação. Racionamento significa abrir a torneira e não sair água. Isso não e verdade para 95% dos paulistas. Os 5% que estão submetidos a esse regime têm de apresentar a conta aos prefeitos, não à Sabesp, já que ela não tem nada com isso.

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