Candidata admite que baixou nível de campanha; entenda

  • Por Jovem Pan
  • 21/10/2014 11h14

Reinaldo, Dilma admitiu, então, que baixou o nível na campanha?

Admitiu sim, mas de modo muito particular. Olá, internautas e amigos da Jovem Pan.

Dilma Rousseff, que é candidata, sim, mas que já – ou ainda – é presidente da República. Passou das medidas em discurso nesta segunda a representantes de movimentos sociais na zona leste de São Paulo. Já explico.

Os porta-vozes do PT na imprensa e na sub-imprensa resolveram inventar um Aécio Neves violento, que não respeitaria nem uma mulher. O mote foi dado por Lula. Resisti a pensar na hipótese de início, mas agora começo a me perguntar se o “mal-estar” de Dilma, ao fim do debate promovido por Jovem Pan, UOL e SBT não nasceu antes na cabeça do marqueteiro João Santana, razão por que foi ele a socorrê-la, não a médica.

Verdadeiro ou mentiroso aquele delíquio, o que veio depois era marketing. Procurou-se criar a imagem da mulher já idosa, atacada por um homem jovem – como se um debate não fosse um confronto de palavras e como se ela não tivesse dado início aos ataques pessoais. Mas sabem como é: a Dilma Coração Valente posou ali de “vovozinha frágil”. Funcionou? Sei lá eu.

No encontro, Luiz Inácio Lula da Silvafalou, é claro. Vocês podem não acreditar, mas o ex-presidente disse o seguinte:

“Vejam que interessante. Vocês nunca viram eu fazer campanha agredindo o adversário. Nunca viram, porque eu sempre achei que a campanha política deve servir para elevar o nível de consciência da sociedade brasileira. Mas eles não pensam assim. Eu jamais imaginei que um pretenso candidato a presidente da República pudesse chamar a presidenta de mentirosa na frente das câmeras de televisão. Eu jamais imaginei que ele pudesse chamar a presidenta de leviana”.

Como é? Lula nunca agrediu adversários? O homem que inventou uma suposta e falsa “herança maldita” de seu antecessor, FHC; que acusa os adversários permanentemente de nada fazer pelos pobres – o que é sabidamente mentiroso – nunca agrediu adversários?

Dilma também falou. Referindo-se aos tucanos, afirmou: “Até nos programas sociais, eles fazem pra muito poucos, porque na origem, no meio e no fim. eles são elitistas. Eles são aqueles que não olham o povo, eles são aqueles que só olham para uma minoria”.

Essa senhora estava falando do partido que criou o Plano Real, sem o qual Lula não teria conseguido governar. Esta senhora pertence ao partido que nomeou aquela quadrilha que estava na Petrobras.

E aí veio o pior, na tentativa de desqualificar as críticas dos adversários, afirmou:

“Daí porque a conversa tem que baixar o nível; porque é o único nível que eles conseguem disputar de fato e de direito, o que eles condenam no Brasil é aquilo que fizemos no Brasil”. Não sei a que Dilma se refere. Eu, por exemplo, condeno no Brasil o mensalão e o petrolão. Sim, os companheiros fizeram isso. Mas não condeno o Bolsa Família, a menos que seja usado como instrumento de chantagem para o voto.

O sentido da fala é claro. Dilma admite, na prática, que baixou o nível contra Aécio, mas diz que a culpa é dele. Eu já afirmei que essa é a lógica essencial do terrorismo. Aqueles celerados do Estado Islâmico, que cortam cabeças, dizem que o responsável por seus atos é, para ficar nos termos de Dilma, o “baixo nível” dos países ocidentais.

Lula sugeriu que um eventual novo governo do PT pode querer enfrentar o Parlamento. Não se esqueçam de que Dilma já afirmou que pretende uma Constituinte exclusiva, com plebiscito, para fazer a reforma política.

Disse o ex-presidente. “Você vai ver, presidenta, que o Congresso Nacional eleito agora é um pouco pior que o Congresso Nacional que termina o seu mandato. Pior do ponto de vista ideológico. Foram eleitos mais ruralistas, mais representantes dos empresários, menos gente de vocês”.

E isso tudo porque eles apareceram à frente na pesquisa, dentro da margem de erro. Dilma ainda não venceu a eleição, se vencer, é bom que ela não esqueça: via ser preciso governar, será a parte mais difícil.

 

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