Comentarista JOVEM PAN não vai ser ministro do governo Dilma

  • Por Jovem Pan
  • 28/11/2014 12h38

Reinaldo, você vai ser ministro do governo Dilma?

Não!, eu não vou ser ministro do governo Dilma. Mas eu explico como começou essa história. O chefão do MTST, Guilherme Boulos, dublê de pensador e burguês do capital alheio, mero esbirro, à esquerda, do petismo, também articulista da Folha Online, resolveu escrever uma espécie de carta aberta à presidente Dilma. Com o senso de humor de que é capaz, com o veio irônico que a sua minúscula cultura política permite, resolveu sugerir outros nomes para o ministério. Inconformado com a ida de Joaquim Levy para a Fazenda e de Kátia Abreu para a Agricultura, ele me inclui entre os possíveis “ministeriáveis”, no âmbito de uma suposta guinada à direta do governo. Escreve o seguinte a meu respeito:

“Para a Cultura eu tenho dúvidas. (…) Talvez então o Reinaldo, homem culto e com ampla visão. Reinaldo Azevedo, sabe? Ele vive falando mal da senhora, mas acho que no fundo é ressentimento. Vai por mim, até um rottweiler precisa de carinho. É isso que ele deve estar esperando há anos.”

Falo sobre ressentimento daqui a pouco, agora quero chamar atenção para outro aspecto. Há alguns tontos que acham que, no fundo, eu e Boulos somos versões espelhadas de um mesmo mal: o extremismo. Seríamos, inclusive, polos opostos do colunismo. É leitura estúpida. E vou dizer por quê.

Eu só escrevo, não cometo crimes.

Eu só escrevo, não afronto leis democráticas.

Eu só escrevo, não agravo o direito de ninguém.

Eu só escrevo, não invado propriedades públicas e privadas.

Eu só escrevo, não ameaço fazer correr sangue.

Eu só escrevo, não provoco incêndios para cercear o direito de ir e vir.

Eu só escrevo, não cerco uma casa parlamentar com fascitoides.

Eu só escrevo, não tenho projeto de poder.

Eu só escrevo, não sou militante de um partido.

Há também uma diferença de origem. Eu ganho a vida com o meu trabalho desde os 15 anos, e Boulos nunca trabalhou. Deixou de ser financiado pelo papai endinheirado, que, segundo sei, é um homem de bem, para ser financiado pelo “movimento”. É evidente que a minha origem operária não me obriga a ser um operário. É evidente que a origem, digamos, burguesa de Boulos não o obriga a ser um burguês. Mas nem ele nem eu temos direito à burrice. De todo modo, burguês, na acepção esquerdista, ele é. E do pior tipo. Ele se apropria é das carências e das misérias alheias. Vai saber para mitigar quais misérias íntimas.

Esse rapaz consulta dicionário? Ele sabe o que é “ressentimento”? Reproduzo o Houaiss: ” Ressentimento é mágoa que se guarda de uma ofensa ou de um mal que se recebeu; rancor”. Quem de nós dois compõe o perfil do ressentido? Quem fez da mágoa uma espécie de negação do passado? Quem tenta esconder a sua origem com a mímica revolucionária dos tolos? Quem quer brincar de socialismo para compensar seu déficit emocional? Eu não! Já disse aqui: tenho muito orgulho da minha origem, do meu pai operário, da minha mãe que trabalhou como empregada doméstica, e sei como é que se faz para ganhar a vida honestamente, sem depender da boa vontade nem de conhecidos, nem de estranhos. Boulos só está solto, diga-se, porque depende da boa vontade dos operadores da lei.

Não! Eu não sou o oposto simétrico de Boulos. Ele não é meu oposto simétrico. O anti-Boulos não sou eu. O anti-Boulos seria o chefe de uma milícia armada para defender as propriedades que ele e sua turma invadem. Eu não sou esse.

Boulos fique tranquilo. Não vou para o ministério. Se convidado, não aceitaria. De resto, quem se deixa fotografar ao lado de Dilma, não com cara de rottweiler, mas com a subserviência de um poodle amestrado, é ele, a foto está lá no meu blog.

Esse tolo tem uma arrogância muito característica. Certamente era um garotinho mimado e malcriado, o preferido das tias, que não sabia ouvir “não”, que grudava catota na roupa das visitas, que berrava “eu quero” até conseguir o objeto do seu desejo, ficando, então, com a noção deturpada de que querer é poder. Aí virou “socialista”. E ainda não aprendeu a ouvir “não”. Agora ele gruda suas catotas na política. Birrento esse melequento, né?

 

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