Dois atos de Temer em favor das instituições

  • Por Reinaldo Azevedo/Jovem Pan
  • 24/05/2016 10h43
Brasília - O presidente interino Michel Temer entrega o projeto de lei que altera a meta fiscal ao o presidente do Senado, Renan Calheiros, acompanhado do ministro Romero Jucá, do Planejamento (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil) Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Ao lado de Romero Jucá (E)

O presidente Michel Temer fez duas coisas certas nesta segunda-feira: 1) levou pessoalmente a revisão da meta fiscal para ser entregue a Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado; 2) exonerou Romero Jucá do Ministério do Planejamento. Em tese ao menos, se nada se provar, Jucá volta ao posto. Mas só em tese.

Temer reforçava, assim, a normalidade institucional, enquanto, aqui e ali, radicais minoritários e barulhentos gritavam a ladainho do PT: “Golpe, golpe…”.

Viu-se a delinquência política no próprio Senado: três deputados petistas resolveram vaiar Temer, acompanhados de alguns servidores: Paulo Pimenta (RS), Moema Gramacho (BA) e Helder Salomão (ES). Notem: por mais que esse trio não goste do afastamento de Dilma, trata-se de um comportamento inaceitável. E por quê?

A petista só foi afastada porque a Câmara decidiu enviar a denúncia ao Senado e porque este admitiu o processo. E aqueles três só são deputados porque reconhecem, então, as regras que definem a existência da Câmara, entenderam? Hostilizar o presidente da República desse modo corresponde a não respeitar os códigos que os fazem deputados e lhes garantem, inclusive, a imunidade. Lixo moral!

Um lixo moral que se estende àqueles que protestam nas imediações da casa de Temer — agora supostos moradores do Alto de Pinheiros: umas 50 pessoas. Estão lá, dizem, para berrar palavras de ordem contra o “golpe” e para fazer cantoria.

Leio na Folha que Norma Tedeschi, sogra de Temer, chegou a pedir a compreensão dos tais vizinhos, já que Michelzinho, filho do presidente, de 7 anos, estava com febre, e a família não conseguia nem sair pra comprar remédio sem ser importunada, além do incômodo do barulho. Um dos manifestantes, então, disse aos berros que na, periferia, há um monte de crianças doentes.

Sim, com certeza, há! Mas qual é a responsabilidade objetiva de Michel Temer e de sua família? Fosse o caso de culpar o presidente da República, quem deveria, então, responder por isso? Alguém que está no cargo há 10 dias ou um partido que ficou no poder por 13 anos e cinco meses? O fato de haver crianças doentes na periferia dá a esse cretino o direito de importunar um garoto doente só porque é filho do presidente da República? O desconforto causado a essa criança em particular ameniza o sofrimento de outras crianças?

Essa é a moral imoral do PT. Esse é o padrão dessa gente. Vejam que belo país eles construíram, não é mesmo?

As hordas fascistoides do petismo foram pegar no pé de José Serra, ministro das Relações Exteriores, lá na Argentina. Cerca de 150 gatos pingados, entre brasileiros e nativos, também gritaram “golpe” e “golpista” à passagem do ministro. O que dizer? Coisa de gente sem-vergonha. Serra sabe o que é golpe — ou melhor: dois golpes. Eles não! Aliás, felizmente, só podem gritar e promover suas baixarias porque inexiste golpe aqui ou na Argentina.

Bem, o segredo, como disse o próprio Temer, é se apegar ao que diz o livrinho — a Constituição — e ter a coragem de fazer a coisa certa. Dando o mínimo de bola possível aos delinquentes, desde que se comportem nos limites da lei.

Não há resposta cabível a quem não respeita nem a instituição que lhe garante a legitimidade, como é o caso dos deputados petistas. Não há resposta aceitável a quem acha que pode molestar um garoto de 7 anos porque filho de alguém que considera um adversário político, tendo a baixeza moral de evocar, em seu ato estúpido, o sofrimento de outras crianças.

Isso é o que PT fez com a política no Brasil. Temos de dar um jeito de prender todos os ladrões de dinheiro público. E temos de procurar banir todos os ladrões da nossa civilidade.

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