Incêndio de ônibus em São Paulo já é questão política

  • Por Jovem Pan
  • 23/04/2014 11h35

Reinaldo, na madrugada desta terça bandidos incendiaram 34 ônibus que estavam na garagem da empresa Urubupungá, em Osasco, em São Paulo. Por que você diz que essa questão, a essa altura, já é política?

Porque o poder público se nega a fazer o que deve, desde o começo do ano já são 117 ônibus incendiados na Grande São Paulo. Essa modalidade de crime, se vocês prestarem atenção, se espalhou Brasil afora. Deu enchente? Queima-se ônibus. Faltou água? Queima-se ônibus. A polícia prende ou mata um traficante? Queima-se ônibus. Há um reintegração de posse? Queima-se ônibus.

A imprensa, especialmente a TV, mostra aquela linda fogueira e ainda costuma, vamos dizer assim, entender as razões de bandidos que são chamados de manifestantes. Não há polícia que dê conta. Ainda que fosse possível por um PM em cada veículo, ele nada poderia fazer. A ação costuma mobilizar bandos.

No caso de Osasco, um traficante foi morto numa praça com 24 tiros. A polícia suspeita de ajuste de contas entre quadrilhas. que se apure a autoria, o ponto é outro. Um grupo em sinal de protesto, ora vejam, resolveu invadir a garagem da Urubupungá e pôr fogo em 34 veículos de uma vez só. 21 foram completamente destruídos.

A polícia prendeu Edison Silva, de 19 anos, irmão gêmeo de Edmilson Silva, o rapaz assassinado. Ele foi reconhecido como integrante do bando incendiário e também aparece em câmeras de segurança.

Muito bem, então qual é o ponto? O Brasil chegará à Copa do Mundo sem ter uma lei que puna duramente ações dessa natureza. O mais impressionante, e já afirmei isso aqui na Pan, é que existe legislação para pôr esses bandidos na cadeia por 15, 20 anos. Chama-se Lei de Segurança Nacional. Veja aqui e aqui.

O artigo 15 pune crimes como esse, insisto, por até 15 anos, se houver morte por até 30. Porque essa lei não é acionada? Por covardia das autoridades e por causa da patrulha politicamente conveniente da imprensa, que diz ser essa uma lei da ditadura. Ora, todo Código Penal Brasileiro foi aprovado durante a ditadura do Estado Novo. Vamos declarar a sua nulidade?

Mais. Há no Congresso o projeto de lei 499 que define o crime de terrorismo, também está lá o endereço no site da Pan. O ataque a meios de transporte, se ele fosse aprovado, poderia render de oito a vinte anos de cadeia. O governo Dilma chegou a flertar com o apoio ao texto, mas recuou. A gritaria começou no próprio PT, por quê?

Porque não seria difícil caracterizar certas ações do MST por aquilo que são, terroristas. Setores da imprensa também chiaram. Em recente entrevista a blogueiros puxa-sacos, Lula criticou a proposta. Resultado: os bandidos estão por aí livres, leves e soltos, prontos para incendiar mais ônibus. A Copa está aí, não são apenas os estádios brasileiros que estão inacabados, também a nossa legislação está capenga.

 

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