Lula agora oferece o próprio corpinho para tentar salvar Dilma; e lá vem a conversa mole de plebiscito

  • Por Reinaldo Azevedo/Jovem Pan
  • 07/07/2016 11h06
EFE/Fernando Bizerra Jr. EFE - Bonecos de Dilma e Lula em frente ao Congresso Nacional

E Luiz Inácio Lula da Silva, o investigado, está em Brasília de novo. Continua, informa-se, tentando ganhar o voto de senadores que estariam indecisos sobre o impeachment de Dilma, embora tenham votado pela admissibilidade do processo. Estão na lista Cristovam Buarque (PPS-DF), Acir Gurgacz (PDT-RO) e Antonio Carlos Valadares (PSB-SE). Também Romário (PSB-RJ) e Marcelo Crivella (PRB-RJ) seriam conversáveis.

Nota: exceção feita ao PDT, os outros três partidos compõem a base do governo Temer e contam com ministério: Raul Jungmann, do PPS, está na Defesa; Fernando Bezerra Filho, do PSB, está em Minas e Energia, e Marcos Pereira, do PRB, no Desenvolvimento Indústria e Comércio. Sigamos.

Lula agora está oferecendo o próprio corpinho para ter o voto de senadores. Caso estes queiram se candidatar a prefeito ou tenham aliados que vão fazê-lo, o chefão petista se compromete a comparecer pessoalmente na campanha. O investigado ainda acha que bate um bolão.

Mas não só. Ele faz outras promessas. Se Dilma voltar, ele próprio, Lula, seria o homem forte do governo, vejam que graça! Mais: a presidente renascida também se comprometeria com um plebiscito para saber se a população quer ou não a convocação de novas eleições.

Segundo informa a Folha, ele teria ficado irritado com a demora de seu partido em cuidar desse assunto.

Eu realmente fico muito espantado que esse tipo de conversa ainda prospere na imprensa como uma possibilidade. O papo impressiona porque o plebiscito seria ilegal e impossível de várias maneiras.

Em primeiro lugar, mudar a data da eleição é inconstitucional, com ou seu plebiscito. Em segundo lugar, para que tal consulta prosperasse, seria preciso passar pelo Congresso. E não passa. Em terceiro lugar, seria necessário combinar com Michel Temer.

“Ué, Reinaldo, com Temer por quê? Não é para a hipótese de Dilma voltar?” Exatamente. Ela pode, se quiser, renunciar. Mas e ele? Alguém já combinou? Digamos que a dita “presidenta” voltasse (não vai acontecer); digamos que a antecipação de eleições fosse constitucional (não é); digamos que o Congresso aprovasse um plebiscito (não aprovaria), o que se faria com o mandato do vice? Ele seria cassado?

De todas as conversas absurdas sobre o futuro, essa certamente é a número um. O petismo não sabe mais o que fazer para tentar se manter no noticiário. Já percebeu que a população considera Dilma letra morta.

E ela também se vê assim. Ou não teria, na defesa que encaminhou à comissão do Senado nesta quarta, classificado de farsa o processo no qual será julgada.

Ah, sim: Lula promete ainda uma guinada na economia caso Dilma volte à Presidência. Já imaginaram? Na entrevista concedida ao SBT há dias, a Afastada manifestou outra intenção espetacular: governar se entendendo diretamente com o povo, sem a intermediação do Congresso.

Vocês não acham que isso tem tudo para dar certo?

O que falta a essa gente é noção do ridículo.

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