Novas pesquisas dão mais ânimo a Aécio Neves na reta final

  • Por Jovem Pan
  • 01/10/2014 09h45

Reinaldo, as pesquisas do Datafolha e Ibope deram ânimo novo a Aécio Neves, é isso?

Em quatro dias, caiu quatro pontos a diferença entre os candidatos Aécio Neves, do PSDB, e Marina Silva, do PSB, que disputam uma das vagas no segundo turno da eleição presidencial. No levantamento feito pelo Datafolha nos dias 25 e 26, a diferença a favor da peessebista era de 9 pontos: 27% a 18%; agora, na pesquisa feita na segunda e nesta terça, é de apenas 5: 25% a 20%. Como a margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos, vejam que curioso: qualquer distância entre 1 ponto (23% a 22%) e 9 pontos (27% a 18%) está no intervalo possível. Mas é improvável que ela se situe num extremo ou noutro. Se a velocidade da possível queda de Marina se mantiver constante e a da possível ascensão de Aécio também, pode ser o tucano a disputar a etapa final com a petista. Os demais candidatos somaram apenas dois pontos.

Em duas semanas, a diferença entre Marina e Aécio caiu 8 pontos: de 30% a 17% para 25% a 20%. Dilma, nesse período, variou na margem de erro: de 37% para 40%. Tudo indica que a hipótese que chegou a ser aventada há dois dias não vai se confirmar: havia quem visse a possibilidade de Dilma levar a disputa ainda no primeiro turno. A novidade da pesquisa do Datafolha é a possibilidade de uma troca de posições no segundo lugar. Se vocês olharem o gráfico, verão que a situação de agora é muito parecida com a que havia entre 14 e 15 de agosto, antes do início do horário eleitoral.

Quando se veem os números do segundo turno, Aécio e Marina parecem estar em tendências opostas. Ainda que discreta em 15 dias, há uma tendência de diminuição da diferença entre Dilma e Aécio: era de 10 pontos (49% a 39%); agora é de nove (50% a 41%), dentro da margem de erro. Ocorre que, na disputa com Marina, a vantagem da petista aumentou substancialmente: a ex-senadora aparecia na frente, com 46% a 44%; agora, está atrás: 41% a 49%,  a candidata do PT subiu 5 pontos no período, e a do PSB caiu 5, uma variação de 10 pontos contra a peessebista. De novo, a variação na comparação com os dados anteriores ao início do horário eleitoral indica pouca mudança.

Uma coisa, no entanto, sofreu forte alteração. A campanha negativa contra Marina surtiu, sim, efeito, e ela e seus estrategistas não conseguiram, até agora, furar o cerco.

Dilma segue na liderança e variou pouco em um mês e meio: de 34% pra 31%, dentro da margem de erro. Isso indica que conquistou indecisos ou pessoas que iriam anular o voto, mas conseguiu mudar a opinião de bem pouca gente. Já a rejeição a Marina, no período, cresceu 127%, indo de 11% para 25%; Aécio foi de 18% para 23%.

Há um dado curioso nessa história toda: até agora, a campanha odienta do PT na televisão, vistos os números, não diminuiu substancialmente a rejeição de Dilma, não alterou quase nada o número dos que querem votar nela nem mudou a avaliação sobre o seu governo. Mas fez um estrago e tanto em Marina Silva e contribuiu bastante para dificultar a ascensão de Aécio.

Não deixa de ser o retrato desta disputa: o PT não veio para construir, mudar ou renovar. Veio para destruir. O Ibope também divulgou nesta terça, uma pesquisa cujo levantamento foi feito entre sábado e segunda-feira. Os números são praticamente idênticos: Dilma tem 40%, Marina 25% e Aécio 20%. A variação importante só se dá no segundo turno. Enquanto no Ibope, Dilma está apenas 4 pontos a frente de Marina (42% a 38%), no Datafolha a diferença é de 8 pontos (49% a 41%).

Seja como for, o dado relevante dessa pesquisa é o seguinte: tudo caminha, sim, para um segundo turno, e já não dá para assegurar que Dilma o disputará com Marina. Aécio voltou para o jogo.

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