Tesoureiro tem função nobre na campanha de Dilma

  • Por Jovem Pan
  • 22/10/2014 11h48

Reinaldo, quer dizer que se descobriu que João Vaccari Neto, o complicado tesoureiro do PT, tem uma função nobre na campanha de Dilma?

A petista Dilma Rousseff ficou visivelmente irritada quando o tucano Aécio Neves lhe perguntou se ela mantinha a confiança em João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, que ela nomeou membro do conselho da Itaipu. Segundo Paulo Roberto Costa e Alberto Yousseff, ele é peça-chave no esquema criminoso montado para assaltar a Petrobras.

Pois bem: Marcelo Mattos informou na VEJA.com, ontem, que esse chefão petista, que já se envolveu em outras operações suspeitas do partido, exerce uma função importante na campanha de Dilma: documento obtido pelo site mostra que o tesoureiro foi nomeado delegado da campanha da petista e tem a função-chave de representar a candidata no Tribunal Superior Eleitoral. Goza de tal autonomia que tem a prerrogativa de fazer petições e assinar as credenciais dos fiscais da coligação.

Eis aí: vocês acham o quê? Se Dilma for reeleita, será que ela tomará efetivamente as devidas medidas na esfera administrativa para que novas quadrilhas não operem na Petrobras, ou, sabe-se lá, para que a mesma não continue operando? Sim, meus caros, há duas esferas de atuação: a da Justiça, que não depende do chefe do Executivo, e aquela de natureza funcional: criar mecanismos para que as empresas estatais não sejam assaltadas por grupos de pressão.

Bem, Vaccari, hoje o principal implicado num esquema que a própria Dilma disse existir, é um dos chefões de sua campanha eleitoral. Digam às galinhas que a raposa é boa-praça. Isso é apenas um emblema de como os companheiros veem a coisa pública e das escolhas morais que fazem.

Em comícios por aí, os petistas dizem que seus adversários fazem contra eles uma campanha de ódio. Pois é… Lembro aqui que, no governo Itamar Franco, Henrique Hargreaves, então seu chefe da Casa Civil, foi acusado de envolvimento em negócios suspeitos. Itamar não hesitou: afastou-o do cargo enquanto durou a investigação. Constatada a sua inocência, ele voltou. E olhe que Itamar estava afastando seu braço-direito da pasta mais importante do seu governo.

No caso de Vaccari, estamos falando da tesouraria de um partido, do conselho de uma estatal e de uma função na coordenação de campanha, postos, em tese, bem menos importantes. Mas quê… Vaccari vai ficar lá. Os petistas preferem xingar os adversários.

 

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