Crise na segurança é muito mais que preso matando preso

  • Por Jovem Pan
  • 18/01/2017 11h58
BRA03. NATAL (BRASIL), 17/01/16.- Fotografía de presos en los tejados de la Penitenciaria Estatal de Alcaçuz hoy, martes 17 de enero de 2017, en Natal, estado de Río Grande do Norte (Brasil). En este centro fueron asesinados 26 reos el pasado sábado en medio de una crisis carcelaria que ha causado la muerte de más de 120 presos en lo que va del año. EFE/Ney Douglas EFE/Ney Douglas Presos no telhado da Penitenciária Estadual de Alcaçuz

O governo deu um passo adiante na crise dos presídios e autorizou o uso das forças armadas para conter o avanço das facções criminosas dentro das prisões.

Está claro que o presidente tomou essa decisão, à qual ele já estava inclinado, após consultar juristas – como o ex-presidente do STF Carlos Ayres Britto, que defendeu que as forças armadas podem ser usadas emergencialmente e por tempo determinado, a partir da solicitação de governadores.

Os presídios são territórios do Estado que estão sob risco de não terem mais a tutela do Estado. Os presos hoje em dia comandam essas unidades. Em Natal vimos presos em cima do telhado, exibindo livremente bandeiras da facção como se fossem torcidas organizadas, entrando e saindo das celas quando bem desejam, matando pessoas de maneira bárbara.

Esse problema explodiu desde o início do ano em um problema que deixou de ser de segurança pública e passou a ser de segurança nacional. Não é, nem nunca foi, como muitas pessoas pensam de maneira simplista, apenas uma questão de preso matando preso.

São facções que dominam o comércio de armas e drogas no Brasil, disputam o controle da entrada de drogas e armas nas fronteiras e estão se tornando multinacionais do crime.

Ou o governo age para coibi-las de maneira integrada, orgânica e muito pesada, ou vai perder essa batalha.

É louvável que o governo tenha parado de negar o problema, se omitindo.

Não é a função precípua das forças armadas esse tipo de ação. Mas estamos diante de uma situação excepcional que exige uma ação excepcional.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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