Contexto de troca ministerial manda recado contra a Lava Jato

  • Por Jovem Pan
  • 29/05/2017 11h38
Brasília - Presidente Michel Temer dá posse ao novo ministro da Justiça e Segurança Pública, Osmar Serraglio, em cerimônia no Planalto (Valter Campanato/Agência Brasil) Valter Campanato/Agência Brasil Michel Temer abraça Osmar Serraglio durante cerimônia de posse do ministro da Justiça

Surpreendeu a troca no ministério da Justiça, com a saída de Osmar Serraglio e entrada de Torquato Jardim. Os termos em que essa troca se dá não são nada bons, avalia a comentarista Vera Magalhães.

A troca é uma precedida da gravação em que o senador afastado Aécio Neves faz várias críticas de baixo calão sobre Serraglio, que não teria ascendência e coragem sobre a Polícia Federal (PF), subordinada à Justiça.

Na semana passada, a PF tentou intimar o presidente Temer a depor. Mais uma indicação de que serraglio não teria “controle” sobre a polícia. Não é um bom recado nesse momento.

Torquato Jardim foi advogado por muitos anos na área eleitoral e tem interlocução com o Judiciário, com boa relação com os ministros do Tribunal Superior Eleitoral, que pode cassar o mandato de Temer, e do Supremo Tribunal Federal, âmbito onde Temer é investigado.

Para que se pretende esse bom trânsito no momento em que o presidente é investigado em um inquérito?

Tudo isso dá sinais de que o governo pretende usar o comando da PF e a interlocução com o Judiciário para barrar a Lava Jato.

Além disso, manter Serraglio no ministério da Transparência é particularmente interessante no momento, uma vez que mantém o foro privilegiado para Rodrigo Rocha Loures, que mantém a vaga de deputado suplente de Serraglio, embora afastado.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.