Crise política é o apocalipse do PT, mas rejeição de contas de Dilma é o princípio das dores

  • Por Rachel Sheherazade/JP
  • 06/10/2015 09h13
Wilson Dias/Agência Brasil Wilson Dias/Agência Brasil Ministro do TCU Augusto Nardes durante recebimento de primeira explicação do governo sobre pedaladas fiscais de Dilma Rousseff em setembro de 2016

Apesar da tentativa de procrastinação dos advogados de Dilma Rousseff, o TCU não deve adiar, pelo menos por enquanto, o julgamento das contas do Governo, marcado para amanhã. É o que garante o presidente do Tribunal de Contas, Aroldo Cedraz.

Sem mais estratégias para provar a inocência da presidente no caso das pedaladas fiscais, a Advocacia Geral da União, que defende Dilma, alega, desta vez, que o relator do caso antecipou seu voto e por isso estaria suspeito de participar do julgamento das contas.

Para a AGU, o relator Augusto Nardes agiu com parcialidade e não poderia ter divulgado seu voto recomendando a rejeição das contas de Dilma. O governo promete recorrer até o Supremo para escantear o ministro relator.

Nardes alega que não infringiu as leis e apenas liberou o parecer prévio do voto aos outros ministros, o que é previsto e inclusive exigido no regimento do Tribunal.

Alvo dos petistas, o ministro alega que o governo tenta cercear a liberdade da Corte.

Para a oposição, a tentativa de afastar o relator é um ato de desespero do governo.

O deputado Mendonça Filho (DEM-PE) classificou o pedido de “intimidação”. E disse que o Poder Legislativo tem o dever de respaldar e garantir a liberdade de atuação do TCU.

Para o democrata, “o ministro Nardes não pode ser afastado porque contraria o governo”.

O líder do PSDB, Aécio Neves comparou a atitude da presidente Dilma como um time que, ao ver que está perdendo de goleada, pede para mudar o juiz.

Todo esse desespero do Governo tem um porquê. Tudo indica que o TCU vai rejeitar as contas. E caso fique comprovado que a presidente cometeu crime de responsabilidade fiscal, o pedido impeachment fica completamente fundamentado.

Se a crise política fosse o apocalipse do governo do PT, a rejeição das contas de Dilma Rousseff seria o princípio das dores. Haverá choro e ranger de dentes.

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