Estratégia de líder do MTST de sitiar Câmara Municipal gera mal estar entre vereadores

  • Por Jovem Pan
  • 26/06/2014 18h51

Nêumanne, foi uma boa estratégia de Guilherme Boulos sitiar e sequestrar a Câmara Municipal durante a votação do Plano Diretor?

O constrangimento a que o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, Guilherme Boulos, impôs aos vereadores parece que pode resultar em algo negativo, porque, por incrível que pareça, nesta quarta-feira, ouvi vários comentários, várias entrevistas, feitas por gente ligada ao PT – partido ao qual o MTST também é ligado, é conectado – reclamando do sitio que eles impuseram aos vereadores, impedindo-os de entrar e sair da Câmara enquanto estivessem votando o Plano Diretor, que, de acordo com Boulos e do MTST, é do interesse deles e não da cidade.

Pois é, o prefeito disse que esse tipo de pressão não é legítima. Nabil Bonduki, o urbanista do PT que é coordenador do Plano Diretor, também, embora a oposição o acuse de estar manipulando esse tipo de coisa – também sem muita prova.

A verdade é que isso não é simpático. Espero que não seja também pra população. Isso é um absurdo. O que o MTST fez foi sequestrar os vereadores, foi cometer um delito: Impedir que os vereadores, os funcinários da Câmara e os eventuais visitantes entrassem ou saíssem do prédio no qual o Poder Legislativo funciona na cidade de São Paulo, a maior cidade do país.

O Guilherme Boulos, que é uma espécie de Fidel Castro de Itaquera, do Morumbi, de todos os terrenos ocupados de São Paulo, está – mesmo não sendo um sem teto, mesmo não tendo nenhuma representação institucional na democracia – colocando a Câmara Municipal de joelhos em nome de uma legitimidade, de uma correção política da luta daqueles que não têm casa e precisam ter casa – que é uma luta legítima, desde que feita dentro dos ditâmes dos canônes do Estado Democrático de Direito.

Quem ocupa terreno, ocupa o terreno alheio ou terreno público, então, viola a lei. Quem reage a polícia, que vai fazer reintegração de posse, enfrenta uma autoridade. E quem pede que a Câmara funcione normalmente para que o Plano Diretor seja votado, aí afronta a democracia. E aí eu quero saber onde está a polícia que não impede esse tipo de sequestro, porque é um sequestro clássico, né?

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