A “fogueira da vaidade” atinge o juiz Sérgio Moro

  • Por Jovem Pan
  • 19/02/2015 13h00
S…RGIO FERNANDO MORO Reprodução Juiz Sérgio Moro sofre tentativa de desqualificação

Há 30 anos chegou ao Brasil o best-seller americano de Tom Wolfe chamado “A Fogueira das Vaidades”. Era a descrição da vaidade do promotor de justiça americano que, como de praxe, é candidato a político, e se sobressai nas causas criminais, mas mostrando a própria vaidade.

Carlos Ayres Britto falou à Jovem Pan ontem dizendo que o Ministério Público acabou com isso, assim como a Polícia Federal, que deu fim ao espetáculo das prisões sensacionais e espetaculares e agora faz um grande trabalho, com seriedade.

Porém, “a fogueira da vaidade agora está atingindo a magistratura, com o juiz Sérgio Moro”, opina Joseval Peixoto. O juiz federal do Paraná que atua na Operação Lava Jato disse publicamente em despacho desta quarta que era “intolerável” advogados, no caso, das empreiteiras, procurarem autoridades, como o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

“(Moro) chegou a dizer que não se pode misturar a justiça com a política, quando ele mesmo está fora dos autos”, critica. “A atuação do juiz deve sempre se limitar ao processo que ele preside. Chega-se a dizer que o que não está nos autos não está no mundo”.

Por exemplo, noticiou-se que o ministro do STF Luis Roberto Barroso confirmou decisão do STJ anulando provas ilegais utilizadas na Operação Castelo de Areira, que apurou crimes financeiros, porque escutas eram ilegais. “Isso que é estado de direito, e o juiz, que fique nos autos”.

Por fim, Joseval recorda uma passagem bíblica. “Que proveito tem o home de todo seu trabalho que faz debaixo do sol?”, questiona Salomão. “Vaidade de vaidades, diz o pregador em Eclesiastes, é tudo vaidade”.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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