Franceses logo perceberão que elegeram um esquerdista

  • Por Carlos Andreazza/Jovem Pan
  • 08/05/2017 06h00
EFE Emmanuel Macron - EFE

Não há surpresa na vitória de Emmanuel Macron, o novo presidente da França. Só apostou em outro cenário quem se quedou cego pela torcida. Qualquer um que disputasse com Marine Le Pen no segundo turno a venceria. Até o comunista Mélanchon.

A existência do segundo turno na França, aliás, era o que tornava qualquer comparação com a eleição Donald Trump nos EUA uma extravagância.

Segundo turno impõe alguma capacidade de aglutinar. Por pobre que seja a de Macron, a de Le Pen será menor. Se sua Frente Nacional quiser ir além daqui a cinco anos, terá de dialogar e se aproximar do eleitorado de centro-direita.

Eu disse que não houve surpresa na vitória de Macron, mas é surpreendente que ele – ex-ministro da Fazenda do governo socialista que chega ao fim – seja visto como homem de centro.

O marketing eficiente de sua campanha tem todos os méritos de haver convencido os eleitores de que Macron é um centrista, mas os franceses – eles logo perceberão – elegeram um esquerdista (tipo Fernando Haddad), candidato in pectore do presidente François Hollande, o vencedor improvável da eleição de domingo.

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