A geddealização da política brasileira

  • Por Jovem Pan
  • 30/11/2016 13h24
Brasília - O Ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, durante reunião com líderes partidários da Câmara dos Deputados. (Marcelo Camargo/Agência Brasil) Marcelo Camargo/Agência Brasil O ex-ministro da Secretaria de Governo,

Sem querer, ou talvez querendo, a ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo, enquanto acusava tentativas de cerceamento à atuação do Judiciário, acabou por definir gente como Renan Calheiros e o que chamo de geddelização da vida púlica brasileira.

“Juiz sem independência não é juiz. É carimbador de despacho segundo interesses particulares”. Ela disse isso em reunião do CNJ contra a tentativa de criminalizar a atividade do juiz.

Os que querem criminalizar os juízes são os próprios criminosos. Isso é ser Geddel: intimidar, ameaçar, chantagear. Ser Geddel é ser despachante em causa própria. Isso é geddealizar: valer-se dos instrumentos de poder para traficar influência. O parlamento brasileiro, geddealizado, extinguiu o antigo baixo clero porque tudo é baixo agora no Congresso. Tudo é rasteiro.

E tenham uma certeza: no lugar de Geddel no ministério de Temer, virá certamente outro Geddel: alguém capaz de garantir o oxigênio nas relações cavernosas entre o Executivo e o Legislativo e, assim, manter a máquina viciada girando. Sendo o “oxigênio” aqui usado segundo o novíssimo dicionário Sérgio Cabral Filho de baixa língua brasileira.

Outra certeza: não importa qual seja, Geddel volta no próximo governo.

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