Hezbollah ameaça crescer com guerra na Síria

  • Por Caio Blinder/Jovem Pan Nova Iorque
  • 08/04/2017 09h39
XNM04 DAMASCO (SIRIA) 27/06/2016.- Fotografía facilitada hoy, 27 de junio de 2016, por la agencia árabe de noticias (Sana) que muestra al presidente sirio Bashar Al Assad (c) mientras toma el Iftar, la comida con la que se rompe el ayuno diurno durante el mes del Ramadán, durante su visita a las tropas en Guta oriental, Damasco, Siria el 26 de junio de 2016. El opositor Ejército del Islam afirmó hoy que ha derribado en las últimas horas un avión de guerra Mig 29, de fabricación rusa, y un helicóptero de las fuerzas gubernamentales sirias en áreas próximas a Damasco. EFE/- EFE Ditador sírio Bashar Al Assad entre soldados em Damasco

Sabemos claramente quem são os grandes perdedores na guerra civil síria: são os civis, são as crianças, como aquelas mortas no ataque com armas químicas realizado terça-feira pelo eixo Assad&Putin.

Neste conflito que já custou mais de 400 mil vidas, perdedores são os cinco milhões de refugiados no exterior, tratados como leprosos ou terroristas pelo governo Trump, que agora foi à carga contra o regime Assad em nome dos babies, vítimas de armas químicas.

No horror, no horror no coração das trevas, difícil encontrar vencedores. Bashar Assad meramente sobrevive. Sua situação complicou, pois deixou de ser meramente tolerável pelos americanos. E, de qualquer forma, ele nunca mais vai restaurar seu domínio sobre todo o mapa sírio.

Antes da empreitada com mísseis de Trump, quem se saía bem na guerra civil era o movimento terrorista xiita libanês Hezbollah que combate rebeldes sunitas na Síria.

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Fundado no começo dos anos 80 para combater a ocupação israelense no sul do Libano, o Hezbollah atua de forma profunda e estratégica na guerra civil, alinhado com seus padrinhos iranianos e seus comparsas em Damasco.

O grupo que integra a multifacetária estrutura de poder no Libano hoje está mais forte e independente na Síria. Seus combatentes estão mais aguerridos e prontos para se engajarem em outros conflitos na região. E tem mais: o Hezbollah luta ao lado dos russos na Síria, sua primeira aliança com um poder global.

Por estimativas, graças ao dinheiro e armas de Teerã, o Hezbollah tem uma importância equivalente ao do Irã na proteção do regime Assad e patrocina milícias xiitas no país. O Hezbollah não esqueceu o seu principal inimigo, Israel, e poderá usar seus novos recrutas sírios em uma nova frente de combates ao longo das colinas de Golã, capturadas pelos israelenses na Guerra dos 6 dias, há 50 anos. Em uma situação mais extrema, o Hezbollah poderá travar uma nova guerra contra Israel.

E obviamente, os israelenses tomam nota. Sem um posicionamento direto ao lado de alguma facção na guerra civil síria, Israel não vacila em atacar suprimentos de armas iranianas ao Hezbollah. No seu encontro com o presidente Trump em fevereiro, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu fez o alerta sobre o perigo que a expansão do Hezbollah representa.

É uma expansão que ajuda a explicar o crescente alinhamento de países sunitas, com a Arábia Saudita à frente, com Israel para se contrapor ao eixo comandando pelo xiita Irã, num arco de conflitos que se estende da Síria ao Iêmen.

Acuado agora pelos americanos, Assad mais do que nunca depende de patronos como os russos e iranianos, além da tropa de choque dos terroristas islâmicos do Hezbollah.

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