Human Rights Watch censura governo da Venezuela de conivência com a tortura; governo brasileiro também é cúmplice

  • Por Jovem Pan
  • 06/05/2014 12h27

Reinaldo, a Human Rights Watch censurou com dureza o governo da Venezuela e o poder judiciário, acusando-os de conivência com a tortura. Isso nos diz respeito?

Diz sim, já explico. A Human Rights Watch não é, como gostariam de pensar alguns cretinos, uma entidade de direita. Costuma apontar violações de direitos humanos sem olhar a coloração ideológica de quem está no poder. E o faz depois de entrevistar vítimas, apurar os casos e investigar, enfim. Agora está evidente, há tortura sistemática na Venezuela e violação deliberada dos direitos humanos. Já sabíamos disso, Veja publicou no mês passado uma eloquente reportagem com depoimentos de torturados.

Pois bem, o judiciário da Venezuela é cúmplice da tortura. E o governo brasileiro, que empresta apoio integral ao torturador Nicolás Maduro, também. Agressões a direitos fundamentais não são novidade no país, foi uma constante durante todo o governo de Hugo Chávez. Aos poucos ele foi minando as estruturas do Estado de direito, o passo mais importante foi se apoderar inteiramente do poder judiciário.

Fiquemos atentos, algo parecido pode estar em curso no Brasil, mas isso fica para outra hora. Foi com Nicolás Maduro, no entanto, que o regime de força algo mitigado assumiu a sua fuça escancarada. Sobre Cházes, afinal um líder carismático e de fala messiânica, as milícias armadas ainda estavam submetidas a algum controle.

Na gestão Maduro, que tem o carisma de um cabo de guarda-chuva velho, o regime perdeu definitivamente a vergonha e a timidez. Espanca, tortura e mata. Em tese, ao menos, o Brasil é o líder do subcontinente chamado América Latina. Tem o maior território, a maior economia, a maior população e deveria ter também a voz política mais importante. Mas que, ninguém dá bola.

Em vez de Dilma Rousseff cobrar de Maduro respeito aos direitos humanos, e politicamente ela teria autoridade para isso, mostrasse conivente com a tortura. Isso explica porque a revista americana Time, ao fazer a lista das 100 pessoas mais influentes do mundo, incluiu o delinquente presidente da Venezuela mas excluiu a presidente do Brasil.

Ou por outra. Amiga de torturador tem menos peso que o próprio torturador. E não custa arrematar lembrando que esta Venezuela, que trata adversários no porrete, foi levada para o Mercosul por Dilma Rousseff, violando o conteúdo do próprio tratado do bloco econômico, que veta o ingresso de regimes ditatoriais.

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