Invasão da Câmara é inaceitável, mas a paciência acabou

  • Por Jovem Pan
  • 17/11/2016 08h22

Manifestantes invadiram plenário da Câmara dos Deputados Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Manifestantes invadiram plenário da Câmara dos Deputados

Governo de Michel Temer reage à invasão da Câmara dos Deputados por defensores de intervenção militar.

O presidente afirmou que a ação desta quarta-feira é “inaceitável”, e o ministro da Defesa, Raul Jungmann, defendeu punição rigorosa aos manifestantes.

Marco Antonio Villa: É inaceitável. Porém vamos entender o fenômeno.

Primeiro, o presidente Michel Temer cometou um erro no Roda Viva que viralizou na internet. Ele não pode dizer que a prisão do Lula vai criar tensão social quando minutos disse que todos são iguais perante a lei.

A Câmara está interessada na reeleição do Rodrigo Maia, que é ilegal, enquanto o Brasil está de ponta cabeça. Estão discutindo também a anistia criminosa a eles próprios.

O impeachment não encerrou a crise política. O impeachment é a porta de entrada e aprofundamento da crise política. Teremos o final de ano mais quente dos últimos 50 anos. Está na cara. O Brasil mudou.

Ninguém imagina que você vai pagar seus impostinhos e esperar as eleições de 2018. O que as pessoas querem é que a democracia funcione. E ela só vai funcionar com a nossa pressão.

A Praça dos Três Poderes é inimiga do Brasil, o STF, o Congresso e o Planalto. Mudou o Brasil e as pessoas querem ver a lei no concreto.

Ninguém quer ser injustiçado no seu cotidiano com a violência e saúde, enquanto isso ver o Lula solto. Por que insisto na questão do Lula?

A questão si ne qua non para a democracia é a prisão do Lula. Não pode ter petrolão sem ter Lula. Então as pessoas perderam a paciência.

Eu lamento o que aconteceu e não referendo a invasão. Intervenção constitucional militar? O artigo 142 não diz isso. Isso é muito claro.

Mas temos que entender o outro lado: a paciência acabou.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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