Jihadistas apostam na violência extrema; prevenção passa pela tolerância

  • Por Caio Blinder/Jovem Pan Nova Iorque
  • 26/05/2017 08h35
Reprodução Saffie Roussos

Como impedir que supostos seres humanos matem serem humanos como a menina Saffie Roussos, de oito anos, uma das 22 vítimas do atentado suicida esta semana em Manchester no concerto da cantora Ariana Grande?

Terroristas estão empenhados em massacrar inocentes, embora os motivos específicos do assassino-suicida, Salman Abedi, um britânico de origem líbia, talvez nunca fiquem claros.

Esta semana, a revista The Economist tem um bom editorial a respeito. Talvez o motivo esteja relacionado ao fato de Ariana Grande representar o que os jihadistas desprezam, uma mulher confiante, sexualmente liberada, que inspira adolescentes. Talvez seja uma compensação às derrotas do Estado Islâmico nos campos de batalha na Síria e Iraque.

Mas, o ponto da The Economist é uma terceira possiblidade. Os jihadistas querem forçar outros jovens, como Salman Abedi, a sair de uma zona cinzenta, na qual eles começam a abraçar a causa do terror islâmico, mas ainda sentem lealdade ao país no qual vivem. Quem sabe, até gostem de artistas ao estilo de Ariana Grande.

A jogada racional de jihadistas ensandecidos é usar violência extrema, matando meninas de oito anos, e assim provocar uma reação da pesada da população do país contra muçulmanos.

Com ataques consecutivos na França e esta carnificina especialmente horrorosa em Manchester, o Estado Islâmico espera gerar uma onda antimuçulmana que possa explorar para arregimentar simpatizantes.

So far, so good. A população na Grã-Bretanha não caiu na cilada e expressa sua consternação e solidariedade como se espera em uma sociedade civilizada. O recado: uma sociedade deve ser dura contra o terror, mas manter a tolerância em sua espinha dorsal.

Como alerta o editorial da Economist, é crucial impedir que jovens radicais e/ou perdidos sejam atraídos para a órbita jihadista, especialmente do Estado Islâmico. Atuar nas escolas e nas redes sociais. Contra a pregação extremista, a educação. Nada de espaço para os pregadores extremistas nas mesquitas. Prevenir é imperfeito, mas é preciso para que outras pequenas Saffies não sejam vítimas de outros Salmans Abedis.

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