Não há motivos para comemorar nem vitoriosos no Rio

  • Por Jovem Pan
  • 30/10/2016 19h34
RJ - ELEIÇÕES/RIO DE JANEIRO - POLÍTICA - Marcelo Crivella do PRB, candidato à prefeitura do Rio de Janeiro vota no Clube Marinbás no bairro de Copacabana, zona sul, durante o segundo turno das Eleições 2016, neste domingo (30). 30/10/2016 - Foto: ANDRé HORTA/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO ANDRé HORTA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO Crivella - AE

Não há nenhum motivo no Rio de Janeiro para comemorações e tampouco há vitoriosos, diz o comentarista Jovem Pan Carlos Andreazza.

O primeiro turno teve um “voto plebiscitário” para tirar o PMDB do governador Sergio Cabra, Pezão, Eduardo Paes e Eduardo Cunha, lembra Andreazza.

Marcelo Crivella (PRB), o prefeito eleito, vence, mas não é um grande vitorioso. Há um “não” muito forte contra Marcelo Freixo, contra PSOL, contra a “esquerda” e contra quem chamou de “golpista” quem foi a favor impeachment.

É um panorama muito triste no Rio que envolvia candidatos que talvez não tenham chegado ao século XXI. Vamos ver o que o futuro nos espera.

Ouça o comentário completo do comentarista Carlos Andreazza AQUI

Cientista político

Para Rafael Cortez, analista político da Tendências Consultoria, é um “fenômeno político bastante relevante” o “esgotamento do eleitorado pelos partidos eleitorais”.

“O eleitor quer mudanças, mas a oferta de candidatos não é tão plural a ponto de gazer o eleitorado se mobilizar”, explica Cortez. Ele avalia que os “desafios políticos do Crivella não vão ser triviais” numa cidade cercada pela crise econômica e falta de verba. 

Ouça a participação completa de Cortez AQUI

Freixo

O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ) reconheceu a derrota na campanha eleitoral pela Prefeitura para o senador Crivella (PRB), destacando que a disputada política “não termina hoje”. “É importante dizer para os adversários que nada termina hoje. Hoje começa uma luta organizada pelo Rio de Janeiro. Nada termina hoje”, afirmou Freixo, em discurso a militantes na Cinelândia, no Centro do Rio

Segundo o candidato derrotado, o resultado da campanha não é determinado pela eleição. “O nosso compromisso com esta cidade, com a democracia, com o Brasil, não é determinado por uma eleição ou por outra. Queríamos, sim, ganhar a eleição, e fizemos de tudo dentro do campo ético. Não cedemos um milímetro de nosso programa, do que pensamos”, afirmou Freixo aos militantes. “Esta cidade é nossa, é maior do que as urnas”, completou o deputado estadual.

Relembre

O senador Marcelo Crivella (PRB) foi eleito para a prefeitura do Rio com 59,37% dos votos válidos. O candidato da bancada religiosa vence Marcelo Freixo (PSOL), que contabiliza 40,63% dos votos válidos na capital fluminense.

O Rio foi às urnas neste domingo, 30, depois da mais dura campanha de sua história recente, marcada por ataques que misturaram religião, política e discussões sobre raça, gênero e sexo.

Ataque e contra-ataque

O segundo turno começou com debate morno entre Crivella e Freixo. A partir de então, o socialista passou a receber a colaboração de ex-assessores das campanhas do PMDB e do PSDB e mudou a sua estratégia, conforme o Estado revelou. A aposta foi na desconstrução de Crivella. Chamou a atenção para seus aliados, como o ex-governador Anthony Garotinho (PR), e reproduziu vídeo em que o evangélico recebe apoio de família de milicianos.

O senador se viu acuado. Passou a se recusar a participar de debates. Nas ruas, não respondia mais a perguntas dos repórteres As pesquisas indicavam que a estratégia de Freixo surtiu efeito e a vantagem para o rival começava a cair.

Houve o acirramento da campanha, em que Freixo foi apresentado como defensor de black blocs, do aborto, acusado de ter embolsado parte do dinheiro arrecadado para ajudar a família do pedreiro Amarildo de Souza e de nepotismo, por ter supostamente conseguido emprego para a ex-mulher em um gabinete do PSOL. Na pesquisa seguinte, eles apareceram estacionados e a diferença só voltou a cair no levantamento deste sábado.

Com informações complementares da agência Estadão Conteúdo

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