A naturalidade e o deboche dos delatores da Odebrecht

  • Por Jovem Pan
  • 17/04/2017 07h53

Marcelo Odebrecht saindo da carceragem da Polícia Federal para exame de corpo de delito no IML de Curitiba em junho de 2015

Antonio Melo/Estadão Conteúdo AE - Marcelo Odebrecht saindo da carceragem da Polícia Federal para exame de corpo de delito no IML de Curitiba em junho de 2015

O ouvinte já terá, nesta altura, visto ou ouvido dezenas de delações. Os vídeos e áudios estão por toda parte. As falas dos delatores da Odebrecht são reveladoras por evidenciarem a existência de uma cultura empresarial corrompida e corruptora. Tudo aquilo que ora se revela era normal, cotidiano, há 30 anos. Não era exceção.

A naturalidade com que os delatores contam o que sabem, portanto, não surpreende. Espantoso é o tom de deboche, a forma como muitos se jactam do poder do dinheiro que distribuíam e, pois, do modo como dispunham dos políticos.

Esse tom também significa – sobretudo – manifestação de alegria por terem escolhido delatar. Foi aposta certeira. Ou não estarão todos esses bandidos, uma vez dadas suas colaborações à Justiça, livres? Esses têm motivo para comemorar.

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