Planalto tentou convencer STF a adiar votação que pode constranger Renan

  • Por Jovem Pan
  • 03/11/2016 12h01

Cármen Lúcia Beto Barata/PR PR DIV - Cármen Lúcia

O Supremo decide nesta quinta-feira (3) se alguém que é réu pode ocupar cargo que entra na linha sucessória da Presidência da República. É uma ação com potencial constrangimento a Renan Calheiros. Uma das denúncias (sobre fonte de recursos de pagamento de pensão alimentícia) contra o presidente do Senado está engatilhada para ir a julgamento.

Houve uma movimentação estranhíssima no início da semana, do Planalto tentando falar com ministros do STF para adiar o julgamento. O argumento é de que não seria conveniente, tendo o Congresso tantas pautas importantes, melindrar o presidente do Senado.

O que pode acontecer é alguém pedir vistas devido ao quórum reduzido desta quinta. Gilmar Mendes está no exterior e Ricardo Lewandowski está em um congresso com magistrados na Bahia, emendando com o feriado.

Mas a presidente do STF Cármen Lúcia e o relator Marco Aurélio Mello querem votar a pauta mesmo assim. O quórum de nove ministros não impede que isso aconteça.

Caso a matéria seja votada, a tendência é que prevaleça o entendimento de que quem é réu não possa ficar na linha sucessória.

Renan “paz e amor”?

Após semana em que atacou um ministro da Justiça e um juiz, causando um grande imbróglio institucional, Renan Calheiros está querendo fazer a linha paz e amor. Ele disse antes do feriado que a PEC do teto não terá problemas de calendário e a votação final deve ocorrer até 15 de dezembro.

Mas, enquanto isso, Renan continua operando nos bastidores e fazendo pequenas “maldadezinhas”. Nas vésperas do feriado, a Mesa diretora do Senado aprovou requerimento de Gleisi Hoffmann pedindo a ida de um dos desafetos de Renan, o ministro Alexandre de Moraes, se explicar sobre fala de mais de um mês atrás na qual antecipou fase da Lava Jato.

Renan vai cometendo suas vinganças aos poucos.

Semana perdida

Ministros do governo dizem que a semana foi totalmente perdida em termos de andamento das principais medidas econômicas do governo.

Já não sabemos se a reforma da Previdêcnia vai ao Congresso nos próximos dias ou não.

Previstas para a última semana, a proposta deve ficar para semana que vem.

O governo vai perdendo semanas preciosas e parece que está a reboque do que vai acontecer com Renan.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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