Presidente Dilma Rousseff troca seis por meia dúzia

  • Por Jovem Pan
  • 14/03/2014 11h21

Reinaldo, a presidente Dilma trocou seis ministros, o que você achou da reforma?

Olha, achei que foi literalmente uma troca de seis por meia dúzia. Uns vão, outros ficam, e tudo permanece na mesma. No que diz respeito à crise com o PMDB, nada muda. O partido conservou os ministérios do Turismo e da Agricultura. O primeiro vai para Vinícius Nobre Lages, hoje gerente de assessoria internacional do Sebrae. Assume o lugar de Gastão Vieira. Para a Agricultura, ascende Nere Geller, hoje secretário de política agrícola, ocupará a cadeira de Antônio Andrade.

Os que saem eram considerados representantes dos deputados do PMDB. OS que entram não contam com a benção da bancada, que preferiu não se comprometer com a escolha. O PP, partido que o governo conseguiu copta, arrematando toda a bancada que estava no bloco rebelde, o tal “blocão”, manteve o filé mignon do Ministério das Cidades.

Gilberto Occhi, um dos vice-presidentes da Caixa Econômica Federal, assume a pasta no lugar de Agnaldo Ribeiro. Sob o comando das Cidades está o principal programa social do governo Dilma, depois do Bolsa Família. O Minha Casa Minha Vida. É uma área que hoje em dia só tem bônus, quase sem ônus. Pouca gente sabe que caberia à pasta responder imediatamente por algumas catástrofes, como a enchente na região Norte, por exemplo. Mas que, o ministro só aparece na hora de distribuir as casinhas, uma beleza. O PP já está no papo.

O Desenvolvimento Agrário não só continua com o PP como não muda nem de tendência. Permanece a democracia socialista, uma das correntes de esquerda do partido que ocupa o aparelho desde 2003, com a chegada de Lula ao poder. Sai Pepe Vargas entra Miguel Rosseto, que já ocupou a função entre 2003 e 2006. Embora o MST viva aparentemente às turras com o governo, por que quer sempre mais, na prática é o movimento que manda na pasta. Não aceitaria que ela fosse entregue para o outro grupo.

Para o Ministério da Ciência e Tecnologia a presidente escolheu Clélio Campolina, ex-reitor da Universidade Federal de Minas Gerais. Assume a pasta no lugar de Marco Antônio Raup, é uma escolha pessoal da presidente, fora das cotas partidárias. Agora, o caso do Ministério da Pesca e Agricultura, que já é em si uma piada, mergulhou nas águas do surrealismo absoluto.

Quando Marcelo Crivella, do PRB do Rio, assumiu a pasta no dia 29 de Fevereiro de 2012, deu uma declaração muito significativa. Afirmou que nunca havia posto uma minhoca num anzol, Crivella vai voltar para o Senado. Sabe quem assume seu lugar? O seu suplente, que também pertence ao PRB e também pertence à Igreja Universal do Reino de Deus, que também é do PRB do Rio de Janeiro.

E o que ele entende de pesca? Menos do que eu, deixe-me ver. Já foi radialista, apresentador de televisão, presidente da Folha Universal da gráfica da Igreja Universal. Bem, ele também nunca pois uma minhoca no anzol. Mas ok, como o ministério não existe, também não precisa de um especialista.

 

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