Procurador-geral diz que mensaleiros têm privilégios na cadeia

  • Por reinaldo azevedo, mensalao, mensaleiros, rodrigo janot, jose dirceu
  • 08/05/2014 12h13

Reinaldo, então o procurador-geral da República está dizendo que os mensaleiros têm privilégios na cadeia?

Está sim. Há dias a Comissão de Direito da Câmara, sob o diligente comando de petistas, é claro, foi visitar José Dirceu na Papuda. Sabem como é, faz-se necessário este varão de plutarco. Se está sendo maltratado, essas coisas. Encontraram-no vibrando com a partida entre Real e Atlético de Madrid numa cela diferenciada, maior que a dos outros, que não é obrigado a dividir com ninguém. Em algum canto, consta haver uma goteira, coisa tratada como crime de leso humanidade em alguns círculos.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirma em documento enviado ontem ao Supremo Tribunal Federal, que há sim evidências de que os mensaleiros recebem tratamento diferenciado na prisão. Escreveu: “Há indicativos bastante claros que demandariam uma atitude imediata das autoridades”.

Em Março, em duas reportagens, a Veja revelou que os mensaleiros petistas gozam de claros privilégios na cadeia. Dirceu, por exemplo, passa a maior parte do tempo na biblioteca, área que poucos detentos têm acesso. Lê livros e faz, sei lá como chamar, monografias. O esforço lhe rende dias a menos na prisão.

Também a comida seria diferenciada, os horários de visitas não seguem as normas. Delúbio Soares, por sua vez, é o rei do Centro de Progressão Penitenciária. Desfruta até de uma feijoada no fim de semana, privilégio não concedido aos presos sem pedigree. Segundo círculos “dirceusistas”, informações como essa têm origem na tal “mídia golpista”. “Não como nada com Joaquim Barbosa, o demônio!”.

Pois é, a gente percebe que o padrão dos petistas dentro de uma cadeia não é diferente daquele seguido fora dela. Não importa o lugar onde estejam os companheiros, a sua concepção de vida e de mundo é, digamos assim, aristocrática, distinta do reles igualitarismo republicano.

Sempre que são flagrado numa falcatrua qualquer, qual é o padrão? Eles tentam nos convencer de que estavam empenhados numa operação de salvação do Brasil e de que os atuais mal feitos são parte desse processo de mudança. Ou por outra, seus crimes têm que ser vistos por uma ótica diferenciada.

Tome-se o exemplo do mensalão. Tudo seria, dizem, caixa dois de campanha, uma imposição de um sistema com o qual não compactuariam, mas que teria herdado. O que os teria forçado, imaginem, coitadinhos, a seguirem os hábitos e costume de seus adversários.

Entenderam? Até mesmo quando eles admitem se igualar aos outros nos vícios, tentam nos provar que é por superioridade do espírito. Ora, por que presos tão especiais seriam tratados como o resto da ralé, ou simplesmente humanos, né?

  • Tags:

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.