“Que país é esse”? Duque continuou recebendo propina e foi preso novamente
A famosa frase do poeta do rock, Renato Russo, “Que país é esse?” deu nome à décima fase da Operação Lava Jato. O título é uma referência ao espasmo do ex diretor de serviços da Petrobras, Renato Duque ao ser preso pela primeira vez, suspeito de integrar o rol de corruptos investigados pelo Ministério Público Federal.
Duque é um dos três mosqueteiros da propina, junto com Pedro Barusco e João Vacari Neto, tesoureiro do PT – segundo delação do próprio Barusco.
Ao contrário de outros investigados na Lava Jato, Renato Duque estava surpreendentemente livre, depois que o ministro do STF, Teori Zavaski lhe concedeu um Habeas Corpus no ano passado.
E o que fez o investigado depois de receber o benefício? Continuou recebendo propina do Petrolão e lavando dinheiro sujo fora do Brasil.
Segundo o MP, o sujeito aproveitou a liberdade para transferir o furto – eu disse o furto – do seu trabalho para outras contas, a fim de despistar os investigadores.
Homem de José Dirceu na Petrobras, Renato Duque movimentou nada menos que 70 milhões de reais que estavam em bancos na Suíça, Hong Kong, Bahamas, Estados Unidos e Panamá para contas em Mônaco.
Para o juiz Moro, Duque esvaziou as contas na Suíça porque esperava salvar seus “ativos criminoso”. Além disso, tentava apagar o rastro da propina que recebia do esquema do Petrolão e esconder provas que pudessem incriminar a ele e quem sabe até ao próprio PT, já que o ex-diretor tinha relações com o partido. Não à toa, a “petezada” está em polvorosa com a prisão de Duque. Os caciques do partido também que, depois de uma boa temporada no xadrez, o ex-diretor abra o bico, como fez Paulo Roberto Costa, e entregue o resto do bando numa delação premiada.
Duque voltou para a cadeia e desta vez tomara que não saia tão cedo. Sua prisão é preventiva. Tipo de prisão sem prazo para terminar. Necessária para proteger o inquérito ou o processo. A prisão preventiva evita que o réu possa fugir, ameace testemunhas, continue a praticar delitos ou destrua provas que poderiam incriminá-lo.
Como o ministro Zavaski não pensou nisso antes?
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