Saída do G-8 é grande derrota diplomática do governo Putin

  • Por Jovem Pan - Nova Iorque
  • 25/03/2014 13h26

Apesar do discurso oficial de indiferença em relação às punições do G-7 EFE/Alexey Nikolsky / Ria Novosti Vladimir Putin

Um pouco mais de cerco diplomático em torno da Rússia e a promessa de novas sanções, caso os russos avancem no leste da Ucrânia, ou haja mais violência na Crimeia, região anexada por Moscou, sob repúdio de boa parte da comunidade internacional. As decisões foram anunciadas em Haia, Holanda, depois de reunião do G-7. Este era aquele grupo das sete nações mais ricas do mundo tempos atrás: Estados Unidos, Japão, Canadá, Grã-Bretanha, França, Alemanha e Itália. Mas, há 15 anos, o grupo econômico ganhou contornos políticos, incorporando a Rússia e tornando-se G-8.

Agora, com os desdobramentos da crise ucraniana, que fazem lembrar um pouco a geopolítica da Guerra Fria, o G-7 anunciou que a reunião do g-8 em Sochi, na Rússia, em junho, foi suspensa. Para todos os efeitos, a Rússia acaba de ser removida desse clube de elite. O G-7 se reunirá, em vez disso, em Bruxelas no mesmo período. Foi a primeira reunião de Obama com seus aliados ocidentais, desde que a crise na Ucrânia irrompeu. Eles deixaram claro que a escalada de punições será mantida, se houver mais agressões russas no país do leste europeu.

O desejo de sanções mais amplas, inclusive econômicas, foi sinalizado pelos americanos. No entanto a adesão a essa campanha é mais difícil para os europeus, uma vez que são mais dependentes das relações comerciais com os russos.

A diplomacia Rússia, por sua vez, minimizou a decisão do G-7, dizendo que esse grupo é desatualizado, e mais importante seria o G-20, que conta com os principais emergentes, entre eles o Brasil e também a China, que, na prática, já é a segunda maior economia mundial.

Apesar do discurso, não há como negar a derrota diplomática do governo Putin. O g-8, afinal, era muito importante para a Alemanha de Angel Merkel, pois era o canal de comunicação vital do ocidente com a Rússia. Mas a chanceler ficou frustradas com as ações russas e, inclusive sinaliza sanções mais duras, caso não haja o recuo de Vladimir Putin.

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