Aviação passa por momento complicado com tributações até em fatores climáticos

  • Por Jovem Pan
  • 13/06/2016 13h49
Rio de Janeiro - Os sindicatos dos aeroviários e dos aeronautas paralisaram as atividades, por duas horas, de 6 às 8, em diversos aeroportos do país. No saguão do aeroporto Santos Dumont o movimento já está normalizado, mas alguns vôos permanecem atrasados (Tânia Rêgo/Agência Brasil) Tânia Rêgo / Agência Brasil Aeroporto

 Assim como em diversos setores, recessão é a palavra que explica o panorama que vive o setor aéreo do País. Em abril, a retração foi notória em diversos campos. No total de passageiros o índice negativo foi de 12%, na oferta a queda foi de 10,3%, na demanda a baixa ficou em 12,2%, enquanto o aproveitamento teve baixa de 1,73 ponto percentual.

O presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas, Eduardo Sanovicz, destaca que é preciso acabar com as distorções que fazem a aviação agonizar: “Em lugar nenhum do mundo se cobra tributo regional sobre querosene de aviação, só no Brasil, por conta de uma decisão dos estados brasileiros, tomada nos anos 80, quando apenas uma pequena elite viajava de avião, e não hoje quando ele é um transporte de massa. A segunda agenda é a da revisão das condições gerais do transporte, que são custos que o setor tem no Brasil que também não tem no mundo, ligado, por exemplo, ao clima. Choveu, nevou, isso não gera custo, não é responsabilidade do passageiro nem da empresa, é assim nos EUA, na Europa, no mundo inteiro. No Brasil isso foi colocado como custo no sistema. É injusto. Nós temos uma expectativa de que com esse encadeamento da agenda de resolução de problemas históricos da aviação, em meados do próximo ano nós tenhamos superado esse momento difícil”.

Eduardo Sanovicz enfatiza que a valorização do dólar frente ao real contribuiu para abalar ainda mais as planilhas das companhias que tem mais de 60% de seus custos atrelados à moeda norte-americana.

Reportagem: Daniel Lian

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