Câmara critica indecisão da prefeitura e afirma que vai discutir questão do Uber

  • Por Jovem Pan
  • 17/02/2016 12h11
Fernanda Carvalho / Fotos Públicas Uber

 Coerência não é o forte da Prefeitura de São Paulo que confunde ainda mais a insegurança jurídica da utilização de novas tecnologias de transporte. O prefeito Haddad sancionou a proibição do Uber e criou o taxi preto municipal. Mas logo depois, abriu uma consulta pública para ajudar a legalizar o Uber. Enquanto isso, a Justiça proíbe o município de apreender os carros que atuam com o modelo norte americano.

O presidente da Câmara, Antonio Donato, promete retomar a discussão do projeto de José Police Neto, que anularia o texto votado pelo mesmo legislativo: “É um debate que não se encerrou. A Justiça impede a prefeitura de fiscalizar e é um debate que está aberto na sociedade e que a Casa vai ter que assumir um protagonismo, ou então vai ser atropelada pelos fatos, pela história, pelo judiciário, por quem quer que seja”.

O vereador Nelo Rodolfo do PMDB cobra uma definição da prefeitura: “Foi votado. Depois chega lá e o prefeito não sabe para que lado vai. Ele quer fazer um negócio por decreto e põe a Câmara nessa enrascada de novo. Vamos discutir de novo, mas vamos tentar falar ‘olha prefeito, vamos discutir isso de novo, você vai receber todo mundo de novo, vai ficar sem saber o que vai fazer?’ Tem que ter uma definição disso no executivo”.

Nas ruas há um verdadeiro confronto entre taxistas e motoristas do Uber, já que estão em jogo muitos interesses comerciais. As cooperativas ganham ao locar seus veículos com diárias de R$ 150 a R$ 200 dos seus motoristas e os taxistas que possuem seus próprios carros temem uma concorrência sem limites. Aqueles entre os 5 mil sorteados do táxi preto calculam o pagamento de R$ 60 mil de alvará, mais a compra de um carro de R$ 80 mil e com isso pretendem cobrar tarifas mais caras, em uma concorrência direta com o UBER.

Os motoristas de frota já estão deixando as cooperativas para o Uber, já que carros podem ser alugados por R$ 1.500, o que é muito mais vantajoso do que pagar mais de R$ 3 mil para as cooperativas.

Ricardo Young do PPS ressalta a confusão nos serviços: “A prefeitura incorporou algumas das discussões que foram feitas aqui e outras introduziu por sua própria conta, o que só confundiu o cenário e tem mandado mensagens muito confusas para todo mundo, para o Uber, para os taxistas, para os usuários. Os usuários não aguentam mais essa discussão, eles que estão sendo prejudicados com por ela que, ou tem visão corporativista ou de poder econômico. Enfim, nós precisamos resolver para a cidade e para o usuário”. A maior concorrência beneficia os usuários, mas sem uma legislação clara, todos os lados condenam a insegurança jurídica presente em São Paulo.

Informações de Marcelo Mattos

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