Capital 100% estrangeiro em companhias aéreas divide opiniões no setor

  • Por Jovem Pan
  • 23/06/2016 09h42
Guarulhos- SP- Brasil- 02/11/2012- Avião pousando no aeroporto Internacional de Guarulhos. Foto: Paulo Pinto/ Fotos Públicas Paulo Pinto/Fotos Públicas Avião - Fotos Públicas

A possibilidade de empresas estrangeiras serem donas de 100% do capital de companhias aéreas nacionais gera polêmica no setor. A mudança, que tem o apoio do presidente em exercício Michel Temer, foi aprovada pela Câmara dos Deputados.

O presidente da Comissão da reforma do Código Brasileiro de Aeronáutica, Georges Ferreira, vê com bons olhos a modificação. Em entrevista ao repórter Daniel Lian, ele destaca que a manutenção do modelo atual é um retrocesso: “Manter o modelo atual como nós temos, representou para nós um grande retrocesso se formos ver em um universo macro. Essa coisa de ter capital 100% nacional, vamos ver quem tem coragem de fazer esse aporte. Lembrando que mesmo que seja empresa de capital estrangeiro, ela vai ter que ser uma empresa brasileira e obedecer as regras de ANAC e uma série de compromissos”.

Já o analista do setor de aviação, Roberto Peterca, avalia que a medida será maléfica para a atividade. O especialista considera a área como estratégica ao País e acrescenta o risco do domínio estrangeiro: “Pode acontecer de vermos as nossas empresas serem engolidas e acabar com a nossa atividade aérea. Pode ter um tratamento predatório, mesmo para os passageiros que incialmente podem ter algum benefício, custo barato, mas depois vai acontecer de ter um domínio estrangeiro”.

O texto será apreciado pelo Senado e, caso aprovado sem modificações, seguirá para a sanção presidencial. Atualmente, a participação de capital estrangeiro em empresas aéreas brasileiras é limitada a 49%.

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