“Cooperativismo – O Brasil que já temos”: conheça o cooperativismo de crédito

  • Por Mariana Grilli/Jovem Pan
  • 28/09/2015 12h45

Sicredi e Sicoob são duas das principais cooperativas de créditos

Reprodução Sicoob e Sicredi - Agronegócios

“A Hora do Agronegócio” segue com a série “Cooperativismo – O Brasil que já temos” e, no segundo capítulo, o ouvinte pode conhecer melhor o cooperativismo de crédito. As principais redes de cooperativas financeiras do Brasil são Sicredi, Sicoob e Unicredi, com serviços espalhados em diversos estados. Estas e outras instituições de menor expressão resultam em um acréscimo anual de serviços de 30%. Para comparação, o sistema bancário convencional tem crescido apenas de 3% a 5% por ano.

“Hoje, o Sicredi é o terceiro maior repassador de recursos de custeios agrícola [do país]”, afirma o diretor Cidmar Stoffel, que também compartilha que o Sicredi possui mais de 3 milhões de associados e administra R$ 50 bilhões em ativos entre 11 estados.

Regulado pelo Banco Central, o sistema cooperativista foi fundado em 1902, mas até hoje não é totalmente compreendido pela população urbana. Qualquer pessoa, física ou jurídica, pode se associar a cooperativas de crédito e aproveitar os serviços. Cartões de débito e crédito, talões de cheque, financiamento, agências físicas e também consultas por aplicativos de celulares já são realidade nestas instituições financeiras sem fins lucrativos.

O que, de fato, chama mais a atenção dos associados é ser integrante e dono da cooperativa ao mesmo tempo, conforme o diretor da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) para o Ramo Crédito, Celso Régis: “A pessoa que adeentra a um estabelecimento de uma cooperativa de crédito não é cliente, é o dono. Ele participa de todas as atividades econômicas, financeiras, de administração, de gestão, correndo todos os riscos e absorvendo todos os resultados”.

A cooperativa agroindustrial COAMO possui o próprio sistema financeiro, o que leva mais segurança aos cooperados. A CrediCOAMO oferece aos cooperados o programa para financiamento residencial, segundo o presidente Aroldo Galassini: “Temos um projeto importante que é o Moradia Feliz, que é um projeto de construção da casa própria, que o cooperado pode construir na sua cidade, na propriedade, na capital”.

Outro diferencial das cooperativas de crédito é a chamada “sobra”, montante em dinheiro que, literalmente, sobra no caixa das instituições e no final do ano é repassado aos associados. Quanto mais serviços os cooperados usufruem, mais direitos eles têm ao benefício; é o que explica o presidente da Unicredi, Leo Trombka: “Você usa o cheque especial e isso te beneficia na hora das sobras, isso é vantagem”.

Apesar de tantos benefícios, o presidente da cooperativa Sicoob, João Leite, acredita que o sistema financeiro precisa se promover melhor. Ele enxerga que uma das ferramentas de investimento para notoriedade é o marketing. Entretando, o presidente reforça que o governo também deveria propagar mais os benefícios. “Eu também responsabilizo os nossos governantes, que ainda não entenderam a importância do crédito cooperativo principalmente para as regiões mais pobres do Brasil”, afirma Leite.

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