Cortes em empresas aumentam carga de trabalho de funcionários

  • Por Jovem Pan
  • 04/07/2016 06h13
Camila Domingues/ Palácio Piratini Desemprego

Após cortes na empresa, talvez a primeira sensação do funcionário que sobreviveu ao facão seja de alívio. Mas não demora muito para se dar conta de que, na maioria das vezes, a carga de trabalho vai aumentar. Sem que o empregado receba, necessariamente, mais por isso.

“Tinham mais pessoas, agora só tem eu e tenho que fazer o trabalho de cinco pessoas”, disse Fabiana Lima.

Sem contar o clima de incertezas e a desconfiança de que ele possa ser o próximo da lista, a qualquer momento. “Falaram que ia ter corte esse mês. Vamos ver quem vai passar no facão e quem vai ficar”, contou Felipe Santos.

O cenário, baseado em fatos reais da vida do vendedor Felipe Santos e da publicitária Fabiana Lima, faz parte também de um levantamento nacional da empresa vagas.com, que trabalha com recrutamento e seleção de pessoa l.

Metade dos funcionários de empresas de diversos setores dizem ter medo de perder o emprego, que respinga na produtividade da equipe, já desmotivada.

Mas lidar com os reflexos da crise também não é fácil para os gestores. Alexandre Pelino, que coordena uma rede de academias em SP, vê a franqueza como um diferencial.

“Quando você tem corte na equipe, você tem que distribuir as tarefas. Então você tem que onerar a própria equipe para fazer os serviços que ficaram sem um cargo específico para cumprir a função. Se você tem o costume de ser transparente eles vão se sentir seguros, agora se for tudo debaixo dos panos, eles vão ficar apreensivos e desmotivados”, explicou.

Para a publicitária Fabiana Lima, não há clareza suficiente que alivie as contas quando se tem um filho pequeno em casa.
Depois de ser detimida há seis meses, ela consegui um trabalho. Mas a recolocação – além de não oferecer um salário equivalente – também veio com um plus.

Ainda de acordo com a pesquisa, o cenário adverso tem feito com que uma em cada três pessoas que têm um emprego formal procure bicos.

A segunda atividade complementa a renda, já que um aumento salarial está fora do radar para 67% dos entrevistados no levantamento.

*Informações da repórter Carolina Ercolin

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