Crise chega ao setor de serviços que tem pior resultado desde 2012

  • Por Jovem Pan
  • 18/11/2015 12h14
Marcos Santos/USP Imagens dinheiro

 A crise chegou ao setor de serviços, que encolheu 4,8% em setembro, pior resultado da série histórica do IBGE iniciada em 2012.

A demanda desidratada das famílias nos últimos meses foi somada ao aperto de caixa das empresas em todo o país.

O economista da Federação do Comércio paulista, Vitor França, destaca o tombo estatístico do grupo dos serviços técnicos profissionais. Ele aponta um encolhimento superior a 16% de uma área que muito dinâmica: “Advocacia, contabilidade, arquitetura, engenharia, consultoria de economia, são atividades que em um momento de crise como esse, onde tanto empresas como consumidores estão com orçamento mais apertado, tendem a ter cortes de gastos e o setor acaba sentido bastante”.

Para Marcel Caparoz, economista, a crise no setor começou quando as famílias tiveram a renda corroída pela inflação, pelas dívidas e pelo desemprego. Ele afirma que a queda na demanda do mercado por produtos afeta a indústria e o comércio, setores que perderam força mais cedo: ”O faturamento está caindo, você tem a incidência grande de tributos, juros elevados, o custo de produção está muito alto e tudo isso diminui o lucro que fica no final das contas na empresa, que acaba demandando menos serviços ligados ao dia a dia”. Ele enfatiza que a pesquisa do IBGE traz um retrato da economia brasileira e do ajuste entre despesa e renda que famílias e empresas fazem.

O economista lamenta que o Governo não siga o exemplo da sociedade e corte os gastos de forma a não se endividar cada dia mais.

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