Cunha deve levar as votações em passos lentos até o fim de seu mandato

  • Por Jovem Pan
  • 03/11/2015 12h13
Eduardo Cunha Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Eduardo Cunha

 A menos de dois meses do recesso, o Congresso Nacional está paralisado, sem aprovar o ajuste fiscal, mas discutindo temas específicos e polêmicos. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, alvo de denúncias, é próximo da bancada conservadora e tem colocado em discussão matérias controversas.

A facilidade do acesso às armas e a dificuldade na demarcação de terras indígenas, por exemplo, provocam debate entre os parlamentares. O presidente da Câmara adota um discurso ambíguo sobre outro tema que movimenta os gabinetes: “A decisão aqui é sempre política, ela nunca é iminentemente técnica. Eu sempre disse que impeachment não pode ser tratado como recurso eleitoral ou contra a impopularidade. Tem que ser tratado pelos objetivos previstos na constituição e na lei”.

Eduardo Cunha pressiona o governo, já que tem nas mãos a possibilidade de agilizar o processo de impeachment contra Dilma Rousseff. O cientista político Benedito Tadeu César, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, avalia que o parlamentar vai levar as votações em “banho-maria”: “Se depender do Eduardo Cunha, não muda nada. Ele vai continuar fazendo esse jogo duplo de dois pra lá, dois pra cá, esse bolero, até o final da sua gestão, se isso for possível”. Ele também lembra que Eduardo Cunha teme perder a imunidade parlamentar.

O professor de Ética e Filosofia Política da Unicamp, Roberto Romano, afirma que o executivo e o legislativo estão paralisados: “Tanto o poder executivo quanto o legislativo estão engalfinhados na sua possível queda, ou seja, o Senado, o Presidente da Câmara e a Presidente da República. Não há como levar adiante uma pauta positiva que favoreça o país”. Para ele, o ano de 2016 já está comprometido com a crise.

A atual composição da Câmara dos Deputados é considerada a mais conservadora desde o fim da ditadura, em 1985.

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