Entidades criticam quebra de sigilo telefônico de jornalista

  • Por Jovem Pan
  • 01/12/2016 08h31
01-08-2014 - São Paulo - Brasil - Telefonia no brasil em Pleno crescimento. Foto: Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas Smartphone

Entidades criticam quebra de sigilo telefônico da jornalista Andreza Matais e consideram que decisão da Justiça coloca em risco a liberdade de imprensa.

O juiz Rubens Pedreiro Lopes autorizou o acesso da Polícia Civil aos registros de três linhas de celular usadas pela repórter.

O objetivo é descobrir quais foram as fontes ouvidas por ela, em uma série de reportagens publicadas em 2012, no jornal Folha de S. Paulo.

As matérias revelaram movimentações financeiras atípicas de R$ 1 milhão nas contas de Allan Simões Toledo, ex-vice-presidente do Banco do Brasil.

O dirigente solicitou a abertura de investigação e, agora, os nomes dos entrevistados que atenderam a repórter poderão ser revelados.

A gerente-executiva da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, Marina Atoji, considerou ilegal a quebra do sigilo da fonte. “Esta decisão é absurda. É uma ameaça à liberdade de expressão. tem artigo da Constituição que garante o sigilo da fonte”, disse.

Marina Atoji ressaltou que a quebra do sigilo da fonte pode intimidar jornalistas e inibir a circulação de informações.

O presidente nacional da OAB, Cláudio Lamachia, salientou que a Constituição assegura a existência de uma imprensa livre: “a inviolabilidade do jornalista é assegurada na Constituição”.

Ele classificou a quebra de sigilo dos jornalistas para revelação da identidade dos entrevistados como “um ataque à liberdade de imprensa”.

O diretor-geral da Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão, Luís Roberto Antonik, disse que a segurança das fontes fica comprometida. Ele explicou que o fim da garantia do sigilo desestimula pessoas que procuram a imprensa, para a divulgação de informações.

O advogado Luiz Francisco Carvalho Filho, que representa a jornalista Andreza Matais, declarou que tentará reverter a decisão.

O advogado Luiz Francisco Carvalho Filho afirma que a confidencialidade das informações obtidas por repórteres não pode ser ameaçada.

A Associação Brasileira de Imprensa manifestou preocupação com a decisão e declarou que a preservação da fonte é essencial para atividade jornalística.

*Informações do repórter Vitor Brown

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