Especial: São Paulo 2016 – “Apesar de escaldado, brasileiro não sabe votar”

  • Por Jovem Pan
  • 07/10/2015 11h54
Eleitora durante votação na Escola Estadual Governador Milton Campos (Estadual Central) Folhapress Acompanhe os votos em todo o Brasil

No último episódio da série especial “São Paulo 2016”, analisamos os desafios da metrópole em meio à crise econômica, com o orçamento apertado e menor arrecadação. E esses são apenas alguns dos problemas que o novo prefeito vai encarar. O eleitor deverá ser bastante crítico na hora de definir seu voto, ainda mais com tantos candidatos com perfis tão diferentes. Além de escolher bem o aspirante a prefeitura, é fundamental acompanhar a sua gestão pós-eleição para saber se as promessas foram mantidas e se os projetos saíram do papel.

Ter muitos candidatos concorrendo não muda em nada o panorama crítico em que a cidade se encontra. E apesar de escaldado pelas experiências anteriores, o brasileiro não sabe votar. É comum a falta de acompanhamento do que é feito na esfera pública, isso quando não se esquece do próprio candidato em que votou. E ao esquecer os erros dos políticos, muitos candidatos se elegem novamente, apenas para cometer os mesmos erros.

A descrença nas promessas eleitoras é tanta que vemos um aumento dos votos em branco e nulos. Casos de outras instâncias, como por exemplo o Petrolão e tantos outros, devem incentivar as pessoas a se  informar sobre o candidato que pretendem votar. Conhecer o seu histórico é a melhor ferramenta para não repetir os erros do passado.

Sobre essa questão, Pedro Fassoni Arruda, do departamento de política da PUC de São Paulo, exemplifica: “Em junho de 2013 vimos uma onda de manifestações contra o reajuste do transporte público em diversas cidades do Brasil. Porém, o resultado foi que os prefeitos e governadores que eram os principais criticados nos protestos conseguiram se reeleger. E depois, em outubro de 2014, tivemos a eleição do congresso mais conservadora desde 1964”.

O novo prefeito de São Paulo deverá seguir uma fórmula de menos discurso e mais ação, com o objetivo de conseguir mais resultados e driblar a crise na economia, tudo isso em um cenário não muito promissor que é esperado para os próximos anos.

Suas propostas devem ser consistentes e os postulantes devem ser pragmáticos. Por se tratar de um trabalho em que se tem que lidar com muitos números, dados da realidade e indicadores, não adianta fazer um discurso sem levar em consideração os recursos necessários e a capacidade de implementação da máquina pública.

Para o eleitor, vale a fórmula de se informar, votar de forma consciente e cobrar durante a gestão, para que assim, o seu voto seja de fato representativo.

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