Faculdades de São Paulo vão estudar a ocupação de 200 escolas da rede pública

  • Por Jovem Pan
  • 04/01/2016 11h25
SÃO PAULO,SP, 13.11.2015 - PROTESTO-ESTUDANTES - Estudantes ocupam a Escola Estadual Fernão Dias no bairro de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, em ato contra o fechamento de escolas e o plano de reestruturação do ensino proposto pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB) para 2016, na madrugada desta sexta-feira (13). A ocupação já dura mais de 75 horas. (Foto: Douglas Pingituro/Brazil Photo Press/Folhapress) Douglas Pingituro/Brazil Photo Press/Folhapress Policiais em frente a escola tomada por alunos em Pinheiros; ocupação já dura mais de 72 horas

 Educadora confirma: a USP, o Mackenzie e a PUC vão realizar pesquisa sobre a ocupação de 200 escolas da rede estadual em São Paulo. Maria Stela Graciani vai ser uma das coordenadoras do estudo, que propõe avaliar o protesto contra o plano de reestruturação nas escolas.

A mudança previa o fechamento de mais de 90 escolas e a afetaria cerca de 300 mil alunos no Estado de São Paulo. Em protesto, parte dos alunos ocupou 200 escolas da rede estadual e exigiu o cancelamento da medida.

Em meio ao processo, o governador Geraldo Alckmin suspendeu a reestruturação e o secretário de Educação, Herman Voorwald, pediu demissão.

Maria Stela Graciani critica a proposta e classifica o protesto dos alunos paulistas como um fato inédito no país: “Parece fácil para quem governa fazer mudanças. Eles não pensam no cotidiano, na vida de quem tem dois ou três filhos para poder fazer o deslocamento desse contingente. Então a ocupação das escolas por esses jovens e adolescentes foi um fato inédito politicamente, dentro de um caráter da cidadania”.

Maria Stela Graciani vai responder pelo andamento da pesquisa na unidade de São Paulo da PUC. A educadora esclarece que os recursos estão sendo solicitados junto ao CONANDA – Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente: “Nós vamos fazer uma pesquisa, a USP, a PUC e o Mackenzie, articulada com o instituto Paulo Freire, para que realmente a gente possa catalogar tudo isso, escrever e inscrever na história desse nosso país, de que essa juventude está crescendo no nível da consciência, da identidade, da personalidade e de seu caráter”.

A pesquisa vai consultar alunos, professores, diretores de escola e representantes do Governo. Os depoimentos da audiência pública realizada na Faculdade de Direito da USP também deverão ser compilados no levantamento.

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