Falta de logística de distribuição do etanol prejudica competitividade do setor sucroenergético

  • Por Mariana Grilli/Jovem Pan
  • 28/06/2016 19h24
Mayke Toscano/Gcom-MT Colheita de cana de açúcar

Responsável pela maior produção e consumo de cana-da-açúcar no Brasil, a região sudeste abriga polos de destaque como os estados de São Paulo e Minas Gerais, estrategicamente localizados para o mercado interno e também para atender o escoamento por meio do Porto de Santos.

Durante a NovaCana Ethanol Conference, em São Paulo, realizada entre os dias 27 e 28 de junho, foi apontado que os investimentos em logística, entretanto, devem ser superiores e atender potenciais regiões como Goiás. “Minas Gerais apresentou redução do ICMS de 19% para 14% em 2015, o que aumenta a competitividade do Estado. Porém, precisamos prestar atenção na produção de Goiás, que é notável, mas não consegue melhor atuação por falta de transportes”, afirma à Jovem Pan o diretor da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Aurélio Amaral.

A logística do etanol está diretamente ligada a da gasolina, o que prejudica o setor sucroenergético da Região Centro-Oeste e faz perdurar a crise advinda de 2008, quando houve o fechamento de mais de 70 usinas e desemprego acentuado.

Além da ausência de logística, o diretor de combustíveis renováveis do Ministério de Minas e Energia (MME), Ricardo Dornelles, ressaltou que sem investimentos para aumentar a capacidade de moagem de cana é difícil atender a demanda de etanol e gasolina no mercado interno. “Precisamos voltar a ganhar escala em nossa produção e aumentar a eficiência. O setor privado tem feito a lição de casa, mas reconhecemos que isso não acontece do dia para a noite”, aponta Dornelles.

Em relação às oportunidades de trabalho, o cenário já parece ser mais otimista. De acordo com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) e dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), em maio deste ano, o setor sucroenergético brasileiro registrou a geração de 9.669 postos de trabalho com carteira assinada, um contraponto às 892 vagas criadas pelo segmento no mesmo período de 2015.

Ao seguir a lógica de protagonismo, o estado que mais se destacou na geração de empregos foi São Paulo, onde as usinas sucroenergéticas contrataram 1.856 pessoas no quinto mês deste ano. Depois dos paulistas, outra boa performance no número de vagas criadas ficou por conta das unidades produtoras localizadas nos estados de Goiás e Maranhão, que geraram 1.613 e 1.274 empregos formais, respectivamente.

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