Alesp cria CPI para investigar liberação da pílula do câncer em São Paulo

  • Por Jovem Pan
  • 28/10/2017 13h17
Cecília Bastos/USP Imagens Cecília Bastos/USP Imagens O Instituto do Câncer de São Paulo decidiu em março de 2017 suspender a inclusão de novos pacientes nos testes

A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) questionou os testes que viabilizam a pílula do câncer como tratamento da doença. Uma comissão parlamentar de inquérito pretende investigar a liberação da fosfoetanolamina em São Paulo. O deputado Ricardo Madalena (PR), relator da CPI, defendeu a apuração das razões que motivaram o Estado a não realizar pesquisas mais profundas para a liberação da pílula do câncer. De acordo com ele, os testes foram realizados da maneira errada.

“Havia uma determinação do professor Gilberto, que acompanhou no início os testes, de que ingerisse a pílula do câncer após o café da manhã, o almoço e jantar. Ou seja, em intervalos. E isso não foi feito. Nós sabemos que foram feitos os testes em São Paulo, mas não seguiu o padrão de recomendação do idealizador da pílula do câncer. Você não toma o café da manhã, almoça e janta no mesmo tempo. Você faz isso em intervalos”, explicou o deputado

“Não adianta você ter uma superdosagem, como foi feito o teste, em todos os pacientes em estado terminal. (…) Teria que testar a pílula do câncer no começo, no meio e no estado terminal. E isso não foi feito. Recrutaram só pacientes no estado terminal e deram a pílula uma atrás da outra. Ou seja, uma superdosagem em uma hora só. Então nós vamos fazer esta apuração, ver quem foram os responsáveis, apurar com transparência, com responsabiliade”, completou.

O Instituto do Câncer de São Paulo decidiu em março de 2017 suspender a inclusão de novos pacientes nos testes. Os pesquisadores trataram 59 pessoas com dosagens diárias da substância, mas apenas um registrou um índice de redução dos tumores maior do que 30%. A CPI vai receber na próxima terça-feira o professor de química da Universidade de São Paulo, Gilberto Chierice para explicar o funcionamento da pílula.

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